Thursday, March 26, 2009
Ou não.
As vezes podemos ter idéias, podemos ter planos e objectivos que mais tarde acabamos por não conseguir realizar. Temos de continuar a vida para a frente, e não a regredir com o tempo, não a desperdiçar o que nos foi concedido. Sei que nem todas as coisas podem perdurar e sei que nem todas as coisas podem ser levadas até ao fim. Uma lição de vida num minuto apenas, ou num minuto apenas, a decisão de uma vida. São tantos os motivos, são tantos os pensamentos e idéias que percorrem o ser. Quem sabe o consiga enfrentar, quem sabe consiga um dia olhar para trás e sorrir pelo que passou, sorrir porque sim, porque aqui e ali ficou completo, ficou terminado. Alguém me garante que esse dia poderia chegar, soube-o num silêncio homogênio no qual vi esse mesmo dia a chegar. Através da passagem do maior desafio que me podia ser colocado, pelo menos, por agora.
Tuesday, March 24, 2009
Ausência.
Vultos que conseguimos avistar, sentindo sempre esse vazio persistente e incalculável, que nos pressiona pedindo algo ou alguém, o qual não conseguimos alcançar e assim o temos de aceitar, continuando de dia para dia a tentar atenuar esse espaço que deveria ser preenchido. Os dias vão passando, como ventos que correm o mundo numa viagem que não termina, por onde encontram as coisas mais inesperadas e surpreendentes que poderíamos ou não imaginar. Mas o que realmente nos faz falta, o que realmente nos parece perseguir, não aparece, não se encontra ao nosso alcance.
Temos maratonas pela frente, tantas horas perdidas chorando por mágoas imperdoáveis numa tristeza onde se perde o que tínhamos encontrado, o que tínhamos construído, vago, mas existente, que acaba por se confundir nessa imensidão de melancolia por detrás dessa ausência tão indesejada. Passavam-se tardes a espera do fim do universo, viviam-se dias contrariando o sabor do pecado, nos quais só se esperava a presença, o preenchimento, que nunca esteve de facto ao nosso alcance. Aprendi a esperar sem agarrar um mundo apenas numa mão, coisa que antes fiz, da qual me custou muito a desprender. Perdiam-se os vícios, perdiam-se as curas, perdiam-se as verdades. Mas sempre ganhei a ilusão, a ilusão de uma vida que não tive, de uma vida que nem sequer vivi. E ironicamente, consegui prosseguir com essa ilusão, estupenda em vulgaridade. Foram mais que mil pensamentos esvaiados em suspiros que ninguém conseguiu ouvir, que ninguém conseguiu sequer suspeitar. Se um desabafo não foi contado, se esse olhar não foi encontrado, quem poderia vir a saber? Avistei tanta força por detrás dessa tristeza, tanta força na qual me poderia agarrar, quando vemos que tudo acaba por se perder não há nada pior do que essa tremenda desilusão, transbordando desgosto. Podia vir a contar as estrelas, podia um dia contar as correntes marítimas até! Ou quem sabe, contar os passos que dei, contar as palavras que disse, contar as vezes que vi o Sol. Nunca ninguém viria a saber por onde desceu esse rio nem por onde passaram estes dias, não poderia saber quantos suspiros foram nem quantos vultos pude desejar iluminar. Não quis que a ilusão me pertencesse, mas na verdade eu é que lhe pertencia. Não por vontade, não por ausência, apenas por existir, por ser, num dia e numa noite, aquilo que não pude viver nem ter, que me assombrou e rodeou durantes horas, dias, semanas? Sim. Durantes meses e durante anos.
A morte pôde estar de costas, ordináriamente de costas. Ninguém soube nem ninguém poderia vir a saber, não se diz nem uma, nem duas vezes. Dizem-se vezes sem conta, repetidas vezes que se acabam por encaixar em tantos ruídos confusos. Em que supostamente já alguém sabe, que sabe, do que sabe. A verdade sempre foi a mesma, qual? Não sei. Mas é a mesma, mesmo alterada, é verdade. É a verdade. Em que se perdem e se voltam a encontrar, tendo mesmo de ser repetidos, que ninguém mais os possa saber, nem sequer um dia poderia vir a ser revelado. Foi a dor que me chamou a estas palavras, talvez não seja o último dia. Contínuo aqui porque vivo, contínuo aqui porque ainda tenho espaço que possa sentir vazio, que sei que não posso preencher. Foi apenas um sussurro que o tempo perdeu, foram apenas palavras que o espaço levou, em que eu permaneci imune e imóvel, porque era assim que tinha de ser sentida essa ausência. Sentida perante mim, sentida perante a realidade, sentida perante a verdade, sentida perante o mundo.
E não foram os vultos que deixaram de existir ou que eram ilusão, foi sim a ausência que mos deu a conhecer, deixando-os comigo neste caminho a percorrer.
Temos maratonas pela frente, tantas horas perdidas chorando por mágoas imperdoáveis numa tristeza onde se perde o que tínhamos encontrado, o que tínhamos construído, vago, mas existente, que acaba por se confundir nessa imensidão de melancolia por detrás dessa ausência tão indesejada. Passavam-se tardes a espera do fim do universo, viviam-se dias contrariando o sabor do pecado, nos quais só se esperava a presença, o preenchimento, que nunca esteve de facto ao nosso alcance. Aprendi a esperar sem agarrar um mundo apenas numa mão, coisa que antes fiz, da qual me custou muito a desprender. Perdiam-se os vícios, perdiam-se as curas, perdiam-se as verdades. Mas sempre ganhei a ilusão, a ilusão de uma vida que não tive, de uma vida que nem sequer vivi. E ironicamente, consegui prosseguir com essa ilusão, estupenda em vulgaridade. Foram mais que mil pensamentos esvaiados em suspiros que ninguém conseguiu ouvir, que ninguém conseguiu sequer suspeitar. Se um desabafo não foi contado, se esse olhar não foi encontrado, quem poderia vir a saber? Avistei tanta força por detrás dessa tristeza, tanta força na qual me poderia agarrar, quando vemos que tudo acaba por se perder não há nada pior do que essa tremenda desilusão, transbordando desgosto. Podia vir a contar as estrelas, podia um dia contar as correntes marítimas até! Ou quem sabe, contar os passos que dei, contar as palavras que disse, contar as vezes que vi o Sol. Nunca ninguém viria a saber por onde desceu esse rio nem por onde passaram estes dias, não poderia saber quantos suspiros foram nem quantos vultos pude desejar iluminar. Não quis que a ilusão me pertencesse, mas na verdade eu é que lhe pertencia. Não por vontade, não por ausência, apenas por existir, por ser, num dia e numa noite, aquilo que não pude viver nem ter, que me assombrou e rodeou durantes horas, dias, semanas? Sim. Durantes meses e durante anos.
A morte pôde estar de costas, ordináriamente de costas. Ninguém soube nem ninguém poderia vir a saber, não se diz nem uma, nem duas vezes. Dizem-se vezes sem conta, repetidas vezes que se acabam por encaixar em tantos ruídos confusos. Em que supostamente já alguém sabe, que sabe, do que sabe. A verdade sempre foi a mesma, qual? Não sei. Mas é a mesma, mesmo alterada, é verdade. É a verdade. Em que se perdem e se voltam a encontrar, tendo mesmo de ser repetidos, que ninguém mais os possa saber, nem sequer um dia poderia vir a ser revelado. Foi a dor que me chamou a estas palavras, talvez não seja o último dia. Contínuo aqui porque vivo, contínuo aqui porque ainda tenho espaço que possa sentir vazio, que sei que não posso preencher. Foi apenas um sussurro que o tempo perdeu, foram apenas palavras que o espaço levou, em que eu permaneci imune e imóvel, porque era assim que tinha de ser sentida essa ausência. Sentida perante mim, sentida perante a realidade, sentida perante a verdade, sentida perante o mundo.
E não foram os vultos que deixaram de existir ou que eram ilusão, foi sim a ausência que mos deu a conhecer, deixando-os comigo neste caminho a percorrer.
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