Sunday, May 6, 2012
Só.
A plenitude roubou-me a alma.
A escassez do vento sopra para a outra margem.
O olhar já não encara o amor. Porque não existe, porque não o há, tão só.
O mar escondia-se, naquela dimensão que já foi mórbida.
Procuras aquele nível que aqui não está, nem estará.
As tuas mãos traçam o caminho que em mim não percorreste. Porque não queres, porque não podias, tão só.
Hoje as palavras já faltam.
Também porque sei que não estás comigo.
Podias pensar em nós, ou jamais. Porque tanto somos, aquilo que nunca fomos, tão só.
Acredito que o amanhã é nosso.
Sabias que para jurar, era comigo. E sim, até adormecer com a mesma canção num ritmo que cansa, jurarias.
O ciclo não começou aqui. Porque não sei citar, tanto que não soletrei, tão só.
O jasmim caído ou o cliché dos romances.
Memórias atenuam as imagens que não voltei a recordar.
O céu cobriu-nos. Porque não tínhamos onde ficar, lá estava frio, tão só.
Prometeste-te a mim, tal como o mundo desejaste.
Metas sem objectivos, apenas um pensamento que a corrente levou.
A noite tardava em chegar. Porque não desejo demasiada luz, lembro-me de fechar os olhos, tão só.
Soube da perda. Não lamento algo leve, que vai em vão.
Ainda que não volte, é de ti que estou à espera.
Tanto que nos une. Porque tu não fazes ideia, nem sequer sonhas a vida, tão só.
Até quando será assim?
Não ambiciono respostas que não quero ter.
Ficam as questões. Porque não sei o que afirmar, aqui estou só, tão só.
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