"So sad but it's so true, this scream just reminds me of you". E porque mais do que ninguém espero ansiosamente que tudo esteja bem e que tudo volte a brilhar como a luz que me iluminava o dia. E a noite quando pensava nos teus olhos. Chamei o teu nome, talvez não fosse essa a palavra que deveria ter mencionado. Primeiramente, desaparecer para todo o sempre e esperar que alguém me venha dizer que a década terminou. Inércia, sublime, subtil, hostil. O único esboço que sustem a realidade divergente que te rodeia, é o esboço do caminho dos teus erros, a idade não perdoa mais. E é difícil mostrar que se perde o controlo quando se está "agarrado" eternamente ao consolo de uma lágrima que nunca chegaria a cair. Necessário foi, antes de mais, sustentar uma sombra que jamais mostraria algo de novo, algo útil e diferente, nas oscilações do tempo quando este se perdeu. Triste vida que receias, tristes aqueles que encontras pelo caminho. Tristes todos os momentos em que senti felicidade num olhar. Tristeza na memória, no coração, no pensamento. Passaste diante mim e nem nos teus olhos me consegui encontrar, exibição de dia, de noite. Não há dinheiro que pague. Há morte. Que um dia quando não esperares vais encontrar. Nesse dia nada mais poderá restar para além da alma, que nem essa será salva.
E sobre a dor, cada passo foi um erro? Teria sido maravilhoso descobrir finalmente um abismo que fosse um holograma no teu interior. A dor não pode fazer mais, não há inteligência suficiente nem disposição para tal. A música que toca voltou a ser a mesma, cheira a sangue, cheira cada vez mais a morte. Não tenhas medo de tentar, é apenas cortar e morrer a sorrir. A sorrir como se o amanhã não chegasse mais, porque não haverá mais nenhum dia. "The moon gave me flowers for funerals to come", quantas vezes o disse. Só queria que estivesses comigo. Perto de ti. Fazer parte de mim, junto a mim. No teu sorriso vi a beleza transcendente do ser humano. Porque é que tem de ser assim, o desejo foi pedido tantas vezes e é como se agora apenas restassem cinzas. Não toques no silêncio, assusta-me o facto de poder vir a ouvir alguém. Passaram tantos dias sem to poder contar, e agora que o fiz, ainda que com um olhar, tudo desaparece. Aproximam-se vultos, pedindo para continuar a acreditar naquilo que sempre pedi. Mas hoje o som não soa ao mesmo, hoje a voz não parece mais a mesma, a paciência não tem sequer, a eternidade necessária.
Chegou agora, é esta a canção mais triste que já ouvi, a alma sente dor, o corpo pouco ou nada mais aguenta, leva-me então todo o sono que ainda possa restar, deixa-me ficar sozinha se não der para mais, mas aquilo que quero ainda se mantém. A fluência hoje não esta nos seus dias, não é arte, não há arte, há um ligeiro acorde que toca sempre a mesma emoção. Dos piores dias, dos piores momentos, quando apenas aquilo que resta e a respiração no vazio da noite, é o estaticismo do momento que parou o tempo como se nunca tivesse vindo a existir. A alma também escreve palavras, com símbolos que expressam talvez uma infinidade que nunca poderá ser contada. A pressão de hoje, leva todo o caminho de amanhã, um dia haverá apenas lixo, vazio, sombra.
Custou tanto ouvir aquilo que tinhas para dizer, como olhar a lua, sentir lágrimas cair, e restar o que? Um sorriso no meio da noite. Tudo aquilo que leste foi tão indecifrável, inalcançável. Uma existência insuficiente cuja dignidade nunca vingou sequer a vinda ao mundo. A pulsação acelera, o som repete-se, um ciclo que se mantém, porque na verdade todos vão virando as costas. Não como que uma reflexão de vida mas como que um suspiro preso de uma alma num corpo. Talvez a vontade fale mais alto. Fogo e água, água que nunca irá arder, fogo que facilmente se consegue apagar. Mortes que se sentem cada vez mais perto, tu não o consegues logicamente prever. Está tanto frio, gostava de te poder cantar ao ouvido, gostava de te poder dizer tanta coisa, gostava tanto de poder falar contigo outra vez. Estou fraca, a noite está tão solitária, talvez hoje mais do que nos outros dias. Nem sempre o mal se corta pela raiz.
Peço-te que, se me consegues ouvir, ainda com a voz que conheceste naquele dia, responde-me e diz-me o que és verdadeiramente. Porque sinto uma espera para toda a eternidade. É esse o grito que me faz recordar de ti, é isso que é triste mas tão verdade. E é saber que já me ouviste, e que agora não resta nada porque não quiseste que assim fosse.
1 comment:
todos te ouvem, nenhum te percebe! :)
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