Saturday, March 26, 2011

24.25

Vi-te sozinho tantas vezes, perdoei-te um vazio perdido na sombra da paz que nunca me trouxeste. Passo a passo cada vez doeu mais, senti a agonia da tua ausência no vácuo do meu peito. E a dor começava a sufocar, o ambiente deixou a ternura ao receber tanta mágoa. E por mais que lamentes uma lágrima, ela há-de sempre cair, pela minha face despida, sem nada mais ou do pouco que me reste. Nunca tive ninguém, nunca escondi não ter, não foi num último beijo que aqui me deste, não foram escassas palavras que me fizeram este mal. E será como te disse, será a noite apenas: tu e eu, sem mais nada. A pureza do teu sorriso, o conforto nos teus olhos, a tua terna mão que me toca os lábios. Não voltes, simplesmente vem como se fosse a primeira vez, tal como tem sido de todas as vezes nas quais ficámos a olhar um para o outro, sem conseguir dizer nada. A noite chegou, tocar a atmosfera, sentir o frio que tarda em passar. Obrigada, tu sabes porquê. Porque me fizeste avançar, sorrir, saber perder, hoje e amanhã. A experiência traz a sabedoria, a sabedoria traz a prudência. Não é um simples grito (ou suspiro) que me vai trazer a verdadeira unificação sentimental, não será o teu carácter técnico que me devolverá a paz de espírito. Fizeste-me calar, não falei, deixaste-me presa, não me movi. Quando chegou o princípio do fim consegui sorrir tal como ontem já o tinha experienciado e não custou. Dar-te a mão quando pedes para ir contigo, ver-te perto por pura vontade. Não tenho muito mais a dizer, actos, expressam-me. Não ouvir a palavra "amo-te", não a ler, não querer saber. Mas ter a vida amada, amando, é isso que nunca me faltou, é isso que tu nunca terás, de ninguém.

No comments:

Embassy Gardens & St. James