Friday, April 8, 2011

All of you.

O meu avô mostrava-me as estrelas, hoje não há ninguém que o faça. E eu que estou contigo, tu nunca compreendeste que sempre precisei de ver a lua para me sentir feliz. Nunca me mostraste sequer o que era noite, nunca me trouxeste nada de bom, nunca me levaste a sentir o nascer do dia, nunca houve nada entre nós. Apenas o vazio com que me iludias, pensando sucessivamente que me preenchias. E eu não consigo mais respirar, ardem-me os olhos, o sono não há-de voltar. Não há mais para onde olhar, pouco mais há para desejar. Lembro-me do primeiro dia em que te vi, tão bem. Percebi que eras tu, tu a pessoa que eu mais queria, a proximidade apertou, a dor nasceu. Hoje sobra a mágoa, o sofrimento e aquela canção que me escreveste.

A nossa união, foi tudo tão perfeito. Fui feliz e senti-o em cada centímetro da minha pele, lembrei-o a cada instante de vida. Não se escreve com vírgulas e quero dizer-to enquanto canto. Vejo memórias, consumo obsessões, transcendo pensamentos, vivo enquanto durmo. 01:49 AM porquê agora? Amo o teu sorriso, eu amo os teus olhos, amo tudo aquilo que te pertença onde quer que estejas, e eu estou perdida sem ti, sem mais nada, amo-te tanto, sei que o consegues ler e sentir como se tudo tivesse sido ontem, sei que o estás agora a ler, sei que o consegues recordar, como em todos aqueles dias. Em nenhum único instante me esqueci de ti e de tudo o que me mostraste, ensinaste, fizeste sonhar. Às vezes deparo-me sem respirar, imóvel. E sem nada, sem absolutamente nada. Morri em mim para nascer em ti. A violência, o cheiro, e tudo mais, a decadência está cada vez mais presente. E estará cada vez mais comigo. Enquanto me acompanha na tua ausência, como tem sido desde há muito. E não te disse estar mal, sempre estive, sempre o viste. Diz-me alguma coisa, fica comigo para sempre, porque todos o prometeram e nunca se cumpriu, porque se tanto quis e foste só tu que amei. E não será o amor uma surpresa do demónio num pesadelo chamado deus? A tua beleza esta mais viva do que a minha, a minha morte mais próxima do que a tua. Levo em mim todo o teu ser e todo o carinho da tua sublime presença. Se a mente pudesse falar, realizaste o meu mais que tudo, deixaste-me mesmo sem nada ou pouco mais, o que ainda se questiona inutilmente. Escreverei eu todos os dias o quanto te amo? Digo-o ao céu, ao inferno, ao vazio, ao mundo. Querer-te-ei até ao último instante da minha vida. E quando esse instante chegar, que parta nos teus braços, porque tudo seria melhor assim. Nessa última respiração, nessa última imagem que os olhos levariam, comigo.

Não desejo que lamentes quando partir, não pretendo que lembres a minha existência, não ambiciono que desfrutes a minha ausência, equipara-me ao esquecimento. Paralelamente miserável, os dias custam a passar, a canção que agora ouço custa a entranhar, não hei-de saber a letra, a melodia há-de continuar a custar de ouvir. Eu não aguento muito mais, fica comigo enquanto o tempo é curto, pois quando o tempo for eterno e a nossa alma finalmente imortal, nunca mais nos poderemos ver, nem sequer tocar, e eu sei que estás acordado, e eu sei que me querias olhar. Reparei sempre, o quanto falas, o quanto adoras olhar frente a frente, reparei em certas posturas tímidas e inocentes como quem acaba de iniciar um jogo. Um jogo que já vem de há muito tempo.

Contei-te da pior composição que alguma vez ouvi, aquela da qual te falei vezes sem conta. Que agora, uma vez mais se repete. Era 01:23 AM, que sempre foi a nossa hora. Quantos textos escrevi a ouvir apenas este som, não há voz, há suspiros. Há sofrimento em cada nota, tão pouco, tão pouco tempo, tão profundo e tão degradante. Segundos de destruição de um alguém. A minha alma está cansada e o meu ser está esgotado. E a música repete-se sempre, durante todos estes momentos, o que sempre foi e não teve excepção, nem descanso. Os olhos não mentem mas a falsidade sim, agradeço-te a consideração, ainda que escassa. Mas dói tanto, levar o corpo, o peito, o coração, é cada vez mais desgastante. Saber que tudo, tão mais depressa do que julgas, termina e continuas sozinho, deixando que também eu o esteja, que também eu viva isolada. Abrir os olhos. Aprende com o hoje visto que o amanhã não há-de chegar. É essa tua arte, vazia de nada, condenar-te-á até ao fim dos teus dias, onde tudo saberá a pura solidão e a medo obsessivo. Amo-te. Por isso, sorri para mim.

2 comments:

Anonymous said...

Liga-me

Anonymous said...

since (...) for.. ever. :)

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