Às vezes penso se não seria melhor desistir.
E ele dorme aqui ao lado e as palavras são estas. Acho que
nem quis saber. Nem eu. Acho que isso é um problema. Acho que me tramei na
mesma posição, acho que me enganei no caminho. Acho que nem sei como fazer para
sair disto, é como que não conseguir largar mas querer que me deixe já. E desta
vez não são bifurcações da vida, desta vez não há nada e achei mesmo que havia
tudo. Qual partida. A paz não esta comigo, e ele é demasiado passivo. Não tenho
problemas e porquê? Porque somos diferentes e aceitamos, porque tudo é tao
bonito e calmo, um entendimento contínuo.
Que sempre quis, hipoteticamente. Certo que falhei, estou
falhar exactamente agora até! Sei que sim e desta vez não é achar, é uma
certeza. E estou ao colo com a marca do além, que esteve aqui e na volta ainda
está. Quero lá saber, só quero que me deixem e que me deixes, contigo leva os
meus sentimentos. Quis tê-los só que nem sei o que fazer com eles. Nasci no
mundo errado, ou o erro é apenas meu. Sou alguém assim, sem nada ou com tudo, em
várias perspectivas falando. Embora saiba que sonhei com a perfeição, não me
encaixo nela, devo caminhar sozinha sempre?
O paradoxo que foi viver nas charadas do passado, e em
diante perder-me no paraíso porque nem o sei aproveitar. Arranjo problemas por
tudo e mexo naquilo que está bem para que fique mal, falho maioritariamente e
no exterior parece que não, parece que tudo esta óptimo. Minto a todas as pessoas
enquanto sei que me conheço, embora outrora iludir-me-ia. Avanço e perco tudo,
avanço e não quero saber. Não quero ser directa ao dizer que não me acompanhas
porque de facto és tão perfeito que não és para mim, e digo te isto enquanto
dormes. Enquanto repouso a uns metros e observo, onde estou e como estou. Gasta,
cansada, farta, preciso de estar sozinha e seria injusto pedir-te para
esperares, seria injusto até porque nem sei se voltaria ao mesmo de onde me
afastei.
Não sei se foi uma partida da vida, não sei sequer se está a
amanhecer ou se ainda é a mesma noite onde concluí que não me pertences. Nas
pequenas coisas vêem-se as maiores, não sirvo para nada pelos vistos. Falhei em
casa, falhei lá fora, falho à minha volta e falho contigo. Não sinto as mãos,
nem já os pés e ainda me cantam sobre masturbação social. Alguém me disse que é
uma forma de ganhar dinheiro. Sem dizer a filha da puta de uma única frase com
nexo. Estou perdida. Perdi o sentido em tudo, confesso-o sem orgulho mas também
sem tristeza. Uma leve indiferença que persegue, preocupa-me pois que não
abandone o barco. Já que nem eu o posso abandonar.
Se o mal fossem as insónias aguentava, mas o mal é aqui ao
lado. Ou na volta está mesmo só em mim. Apetece-me apanhar o primeiro e
desaparecer daqui. Preciso de tempo, ou quero precisar de tempo? Sinto-me tao
confusa. Então mas se tenho confusões em mim é porque não tenho certezas e
ninguém as terá por mim. Há demasiada gente que me procura e não correspondo. Quero
olhar o sol e a água, as cores e as pessoas enquanto vivem e são felizes. E eu
logo vejo, onde vou encontrar a minha felicidade ou os meus momentos felizes,
se é que algum dia consigo essa trampa toda que teimam em achar que merecemos e
pelo que devemos lutar. Pelo que compreendi tenho o melhor do mundo ao meu lado
e até daí me afasto, ate daí mantenho distância e desprezo, desleixo-me com a
felicidade?
Tenho conceitos trocados, isso sim. A puta do problema será
mesmo meu? Talvez, pelo que sei. É que tão depressa tenho a sensação de uma
como de duas certezas: a negativa e a positiva. Só estaria certa, se uma delas
fosse certamente errada. Insisto porquanto o que não compreendo. Ora, que conclusão.