Na vida tudo se perde quando realmente tem de ser perdido. O tempo passa e os desejos alteram-se, os objectivos alcançam-se ou por vezes são repensados. Num mar imenso sem fim, sob a vista de um horizonte bonito e ideal, não sobra nada para além de uma estrada deserta em que o nada predomina e predomina abundantemente, levando-nos a concluir que na verdade, tínhamos mesmo de perder. Esses momentos chegam quando menos esperamos, quando esperamos e quando iriamos estar a espera. Vivem-se dias e dias para alguém, dias de uma vida a qual outra vida mostrou indiferença. Deram-se noites e sonhos, por algo que mostrava ser perfeito, algo que mostrava ser imprevisível, no bom sentido, algo que mostrava de certa forma ser também uma prova do impossívelmente possível.
Vivendo o hoje sem pensar no amanhã, acreditando no amanhã lembrando o que para trás ficou. Numa palavra, num texto, acho que não há nada que chegue para transmitir a alguém o que realmente se sente. Se bem que por vezes é melhor guardar dentro de si mesmo, um ponto, uma história, uma alegria, um momento, uma luz, uma verdade, uma memória, uma dor.
Lembrar tudo, enumerando todos os momentos até ao mais íntimo pormenor, sendo este mais que pormenorizado, nesta mente que o máximo tenta guardar. A fé nunca se perde mesmo quando se está no fundo mais fundo que possa mais no fundo existir, mesmo quando tudo se perde num segundo. Todos os dias se consegue acreditar nem que seja por meros momentos, que um sonho que já se pensara ter perdido, poderia ainda hoje ser realizado de uma ou de outra forma. Porque existe a fé, que com certeza nunca nos vai deixar sozinhos em cada passo que queiramos dar basta quere-la que a teremos conosco. Todos os dias ao acordar, estamos a dar mais um passo neste labirinto que é a vida, entre tantas vulgares antíteses até às maiores traições que o caminho nos podia fazer encontrar.
Hoje estou aqui, de facto estou e estarei aqui tentando alcançar o meu objectivo, que se deu por terminado mais que uma vez. Que me fez e faz ter fé até ao fim. Se algum dia leres isto, perder-te hoje não significa perder-te amanhã. Porque no meu coração vais viver até que me lembre pelo menos da tua face, da tua voz. O que me fizeste, não se faz. O que te fiz, não se faz. O que nos fizemos, não se faz. Agora mesmo, contínuo aqui, viva e saudável por enquanto, não irei desistir mesmo que assim pareça. Porque se um dia o fizesse, seria eu própria a perder. As metas que hoje tenho de alcançar mudaram, eu sabia que tinha de perder. Não sabia onde nem quando, mas sabia que tinha de perder porque tinha de ser perdido. Não tarda muito até começar uma nova partida, em que já não tenho sorte de principiante mas tenho a experiencia que um principiante não tem. Teve de ser agora a derrota.
Será amanhã a vitória que me vai fazer perder novamente? Quem sabe.. Quem sabe..
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