Contigo
sinto-me em mim, sem ti sinto-me sem mais. A perfeição ganhou existência
aquando nossa união. Presentei-o os dias com uma constância que não terei.
Impeço-te de falar porque já nem o silêncio corrompe. Não mintas por tanto se
nada me dás. Agradece pelo que foi e nunca pelo que se especula. Sempre soube
que a nossa energia era una e que o nosso caminho era certo.
Fizemo-lo com
compaixão e não pela vontade que temos, e ainda a temos. Revejo dons em ti que
outrora vi em mim. Não os admiro, mas lamento que embora tão grande, vejas por
tão pouco no pecar diminuto. E o tempo dir-te-á o quão errado estás. Esse tempo
ao qual viras as costas enquanto não te surpreende de frente. Nem eu venci.
Escolhi a felicidade, mesmo sabendo que nunca a conheceria.
Os brilhos à volta
que não importam, as sombras que perduram com o passar do vento, a suavidade de
uma respiração pela manhã - no momento certo revi as horas. Tenho-me apercebido
que passaram meses fazendo com que se registassem anos, afinal. Ora, e quem o
perdeu e negou? Quem o viveu e suportou? Assim se carregou somente. O peso da
dor no pensamento, no sentimento, no esquecimento dum só tormento. Pois
querer-te-ia dizer que basta, para já.
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