Wednesday, June 5, 2013

F

O mar está calmo, parece que nunca saímos do mesmo sítio. As ondas desenrolam-se assim como a nossa história também se tem vindo a redigir. Pelo vento, pelos movimentos orquestrais dos pássaros que voam, pelo sol refletido na cor cristalina das águas, por linhas de caminhos que temos amado, por tudo isso e cada vez mais, brindo ao oceano com felicidade e digo ao mundo o quanto te amo.

Não preciso de rezar por nós, desliguei-me do passado e sintonizei a frequência onde pairavas, onde emitias radiações correspondentes. Conduzes rápido e sabes que te observo em diferentes perspectivas, é possível que me vejas em campo periférico sem que me encares. Consigo lembrar-me. A tua pele cada vez está mais intensa, encaixas em mim como ninguém mais. Diz-me o que escondes, enlouqueço pelos mistérios que o Verão nos oculta. E é isto de ser feliz, é estar presa e querer tudo o que tenho por te amar num todo infinito conjunto à Unidade.

Os meus lábios estão gastos de te beijar mas por amor não páro, imagino quando voltar a acordar e a ver o brilho dos teus olhos! O quão bonitos são os animais à nossa volta, sinto-me como que a fazer amor com o amor, amando por amar, saber que te amo e assim amar-te. Parece que ouço a música das nossas noites, dás-me tudo e não me importo que se saiba. Chama-se promessa, lealdade e confiança. O que nunca conheci acordou a meu lado no mesmo sítio onde ia somente adormecer. Ironias da nossa cidade, já consigo ver a ponte lá ao fundo.

Somos a exceção um do outro, somos o que não víamos, somos o que precisamos porque tivemos o resto mal resolvido. É legítimo confessar-te que conheci o mundo errado, e quase quebrei a rota do encontro por desleixo. Feliz ideia aquela de ceder, mais uma vez desejar o que vier que venha. Vesti-me é certo, só que para ti sei que fui quem sou.

O sabor da fruta pela manhã, a fragância exótica de cor escura e vermelha, saborear o doce silvestre e a minha boca não aguenta por mais! Derretes-me com um olhar, e sei que tudo aquilo que desejares proporcionar-te-ei. Agradeço pela fusão das nossas almas, encaminhas-me a energia. Até o teu cheiro é fresco e leve.

Maresia entre o calor da areia e a brisa da praia que por nós chama. Ouço até as conchas, os búzios, ouço a Natureza e esqueço o tempo. Sei que me observas enquanto ingiro o último pedaço, lentamente como quem morde os lábios. Não te deixo sem mais, presenteio-te ao entardecer com chocolates, cafés e cerejas. O nosso mundo vive pelo gosto, vivo do prazer, vives da alegria, vivemos o auge em órbita.

Tocas enquanto canto os versos das manhãs em que juntos acordamos, já planeio o pôr-do-sol, o pleno Inverno, o campo selvagem onde passeamos. Não sei se flutuo pela paixão das nossas vidas ou se apenas visualizo alguns erros naquilo que me transmites. Mas sei que não falhei, muito menos me enganei quando no teu espaço me encontrei e por lá me deixei. 



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