Thursday, June 12, 2014

Not focus

Pergunto todos os dias quando é que as águas irão acalmar. O que se passará comigo? Sinto-me como se não fosse a pessoa que vivi. Sufoco de dia para dia e a verdade é que mesmo assim, ainda respiro, ainda sonho, ainda tenho esperanças embora sem saber no quê exactamente. Enquanto der de mim, é porque vivo, embora carregue um enorme peso. Quantas vezes mais terei que desesperar e pedir com todas as forças o início, novamente? Sinto-me fora da existência, e sei que estou aqui. Agarro-me à vida como se de ar se tratasse, como se pouco ou nada mais tivesse. É por te amar que acredito, é por querer dar-te tudo de bom; é por trocar o amor por todo o ego que possa ter, é por te dar a mão mesmo que precise dela para me agarrar, vivo os nossos momentos.

Vejo-te a flutuar pelo meu chão, como quem foge debaixo de algo. Vejo-te por perto todos os dias, mesmo que não te olhe, mesmo que estejas tão longe. Vejo-te fora de mim e sei que estás tão dentro. És como que um espectro de chamas que arde em mim.

Sair será impossível, perceber o que há é o retorno à origem, fico cheia de nada porque há mais do que muito à volta de crenças e de ideias. Acabo por chegar ao paradoxo da saudade.
Talvez aqui veja um novo começo, onde me sento à beira mar contigo a meu lado. Olhamos o brilho do sol, o movimento das ondas, a claridade da água e a suavidade da areia sente-se por debaixo dos nossos pés. Olhamos um para o outro e diante o mundo, somos companheiros, somos um só. Somos vida, erguemos a vontade pelos céus.

Fui alguém que jamais se lembraria de quem seria e hoje sou alguém que não se lembra de quem foi.


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