Tuesday, December 8, 2009

She swims past and doesn't notice me.

Muitas coisas vieram para ficar, de facto nada é eterno, nada é como no fundo parece ser. Sentimentos de culpa abandonaram o caminho, sensações frias passaram a preencher vazios até hoje impenetráveis. Sinto hoje mais que ontem que existem apenas doze formas que poderiam acabar com tudo... Até lá sempre achei a morte algo único, semelhante em todos os seres.

Foi então que o silencio falou mais alto, consegui encontrar aquilo que procurava, consegui fazer com que a beleza se mantesse, tantas vezes, tantas vezes que esta me fez cegar e me fez ficar suspensa naquilo a que sempre chamei de vazio. Por mais negro que o dia parecesse não seria por mais um ou menos um desgosto que me ficaria a sentir pior, visto que apenas o nada sobrevivia. Lembro-me de olhar a lua, numa noite de verão, observei o rio que corria a minha frente, despi-me e nadei. Não conseguia respirar, o frio era tanto, sei que se tudo tivesse acabado em apenas doze segundos, teria doze razões para que a vida terminasse. É um ciclo... E será sempre assim, basta olhar o céu. Acredita, as diferenças são cada vez mais, nem ditas nem escritas podemos chegar ao fim... Enumera-las? Somos como fogo e agua, algo que não se pode juntar, nunca. Não nos relacionamos, um apaga, o outro queima. Dizer-te que não, foi dizer-te tão pouco, nem nos podemos aproximar, não nos tocamos. Tens me feito queimar de dia para dia, tens me feito sentir dores indetermináveis... E esta água, em que me tenho mantido, não protege, não ajuda... Inutilmente te tenta apagar, logo tu que és fogo, logo tu que ardes por mim dentro, fazes-me morrer a cada instante. A verdade é que tenho vindo a ser queimada. E para quê? Não avanças. São mil sois aqueles que me queimam, não terminam, sabes com o que tens vindo a carregar.

Gritar já não me vale de muito, chorar só me faz afogar ainda mais. Eu que me iludi, que te pedi para saltares comigo. Apenas ouço agora meros suspiros, sejam doze ou não, não consigo lidar com isso, com os quais queimas a minha água visto que não te apaga a ti, por mais que tente, estarás sempre lá para me fazer arder.

Friday, July 3, 2009

Desgosto.

A luta a que uns se sujeitam de dia para dia, quando parece não haver mais sol sendo o céu feito de pedaços de tristeza que nos embalam todas as noites. O frio não deixa ninguém dormir, nem a minha alma irá descansar hoje. Talvez amanhã. Agora que nada está bem, aparentemente calculavel aos olhos humanos. Quem podia adivinhar? Quem nos quis traçar o caminho? Fui capaz de sorrir com ele traçado, sorriso na face, sonhando em vida. Quando a primeira lágrima caiu, quando acordei, afinal nada era como parecia ser. Porque de facto, nada e eterno. Nada fica para sempre como me disseram, uma vez. O sono não vem, a dor torna-se física, o sossego está longe. Queria eu amar, queria eu ser capaz. Mas não amei, o amar que tinha para dar não foi aceite como devia ter sido, o que dei não foi de facto, amor. Podia ter sido tão mais. Resta olhar para trás e ver que nada sobrou, nem um último sorriso sincero. Parece que ainda não foi desta que consegui aprender alguma coisa.

Saturday, June 13, 2009

Dor.

Não procuro a estabilidade. Porque já cheguei a conclusão que nunca a vou ter. Eu consegui amar tanto e agora parece que não resta nada. Só pó... E passado. Não há compreensão, não há paciência, não há entendimento. Na verdade não há mais nada a minha volta e ainda tento acreditar que sim, que há. Mas alguém está para se preocupar? Cada um está demasiado concentrado no seu pequeno mundo, que é tudo aquilo que tem. Uma insignificância com um valor incalculável. Eu não soube medir as consequências. Não soube medir o que isto ia implicar. E agora não há nada a fazer, porque o fiz sem saber no que me estava a meter. Parece que todos os dias, o ódio cresce. Do teu lado. No meu tenta reinar a paz quando o teu nome é escrito. Mas tu não a deixas dominar. Depressa Vens para tudo destruir. Ainda me pergunto o que é queres afinal. Se é destruir-me a vida ou envenena-la aos poucos chegando a um pouco em que sabes que já não posso continuar. Terei de ficar presa para sempre? Eu não posso fazer nada. Posso respirar? Há coisas que nem sequer sabes. Não as posso contar. E antes podia. Agora já não. Agora já não há nada, não restou nada. Tu fechas-te-me a chave. As pessoas hoje em dia já não se movem sem terem algo em mente anteriormente. Nem eu. Mas não obtenho nada apartir daí. Nada. Não há respeito. Não há amor. Não há absolutamente nada. E nestas alturas ainda acredito que sim, pergunto-me de onde vem esta esperança que se torna cada vez mais ridícula. Saberei algum dia agarrar no mundo e levanta-lo sob a minha cabeça? Porque até hoje ele tem estado por cima de mim, nas minhas costas. É esse o peso que tenho vindo a carregar. E cada vez... Dói mais.

Saturday, May 23, 2009

Around nothing.

I guess we should know the limits of the world. But limits do not exist. There are moments I find myself not breathing at all. They called it death and surrounded me with sleep. When you said that life can't be what you want and I really want everything. When I pray. When I believe. If you didn't know all the moments when I lose my own, I would tell the world that I'm catching flies by you, speaking to you and breaking all my heart. This house is dead. The sound is falling. Further into the vast. When the pictures are moving between all of our memories, we aren’t dead in time… And we shouldn’t forever be.

Tuesday, May 19, 2009

Passive mind.... Submited to fear.

E talvez ninguém possa imaginar a dor, que toma proporções gigantes por entre a nossa alma insignificante num mundo como este. Quando se começa a escrever e de palavra para palavra a dor parece ainda mais forte, parece ainda conseguir expandir-se por partes onde ainda não nos tinha atingido. Se amar é morrer por alguém? É viver a vida na respiração de outra pessoa? Então porque é que se assiste a algo assim. Porque é que há tanta dor. Ou será o amor que nos trás mais mágoa do que alegria? Será tão simples e fácil vir um sorriso como um dia de tristeza que parece não terminar? "Falling... Crying... Sleeping...". Digo e volto a dizer que as palavras cada vez estão mais escassas, não é um apelo ao suicídio, não é um sinal de morte que aí vem. É a fraca vontade de viver, é a desilusão a cada minuto, é temer que o amanhã consiga ser pior que o hoje, é sonhar que o nada se realiza, é descobrir sempre mais uma coisa que nos leve ao mais profundo vazio. "So please let me die in solitude.". É saber que afinal não se sabe voar, apenas estavamos presos por um fio, porque a nossa realidade é com os pés na terra, não a voar uma ilusão. A dor chega a passar da alma para o corpo, chega a percorrer todo o corpo num suspiro desesperante. Sentirmo-nos a mais. Querermos que isso desapareca para sempre. Para sempre. Que nem as memórias fiquem. Ou se ficarem, que fiquem suficientemente fracas até não terem a mínima influência sobre mim. Que os sentimentos aos poucos comecem a desaparecer, de vez. Quem merece sentir isto? Quem merece passar por isto? Nunca compreendi. Mas agora sim, estou nessa pele. E só queria nunca ter estado, não afirmo que não me arrependa. Estaria a mentir. Talvez se tudo isto nunca tivesse começado, fosse tudo muito melhor agora. Que tristeza de espírito, que tristeza de alma. Não há nada, nada de que tenha orgulho até hoje? Há uma coisa que nunca contei a ninguém. Até hoje tenho conseguido tudo aquilo que quero, tudo sem excepção. Até os mais pequenos pormenores consigo alcançar. "I'm just looking for you to start up the fight.". Há vezes que passa tanto tempo, a esperança quase morre... "I don't need no hope." É incrível como mesmo passado tanto tempo o que quis voltou, voltou e desta vez está aos meus pés. Deus não se esquece de ninguém, Deus não se esquece de nada. Essa justiça que Deus criou, nenhum Homem a pode mudar, nenhum Homem a pode impor. Mas que ela existe, existe. E também aqui deixo escrito, que nunca se esqueceu de estar comigo. Nem se vai esquecer nunca. "Please forgive. She knows not what she does."

Tuesday, May 12, 2009

I always thought..

Ninguém quis escrever o que eu senti nem ninguém teve a ousadia de me perguntar afinal como tinha sido. Há dias tinha dito que o nada chegou para ficar e parece que foi para ficar mesmo. Não me perguntes se foi ilusão ou não o que tive no passado se só consigo saber que agora existe nada. Um nada que ninguém preenche, um nada que ninguém quer preencher. Lembro-me dos primeiros dias e vivo com os últimos. Havia tudo? Eu não sei se me iludi. Se calhar não havia nada. E agora só está mais ao de cima. Diz-lhe que amei, diz-lhe que faria tudo, diz-lhe as saudades que tenho... E agora? O que é que vem aí? Pior? Eu prefiro não, obrigada. Não é que não mereça, mas é que dispenso. "I always thought... - We'll be together -"

Ultimamente desejava acordar de tudo isto, num simples momento e descobrir que foi tudo um sonho qualquer, do qual finalmente regressei mas apercebo-me lentamente que isto é mesmo a triste realidade para a qual todos os dias vivo. Ao fundo qual o caminho a escolher? Ter esperança no que? O que é que pode ser perguntado afinal? O que é que há no fim de tudo? E tudo isto foi para que? O que é que me espera ainda? Que volta vai haver? Isto continua? Como é que tu estarás? Como é que eu estarei? Porque? Porque é que o ontem terminou? Porque é que não consigo sorrir assim, "em grande"? Houve verdade? Vai ficar para sempre marcado? É assim tão forte que o fim não chegue? Vais querer afinal? Terá assim tanta força para dizeres que sim? Achas que da? Se abrir os olhos vou parar de chorar para sempre? Consegues dar-me? Posso receber? Acreditas em mim? É possível olhar na mesma direcção que eu? Há mesmo luz? Vai existir? Afinal de contas, foi em vão? Ou não foi? Querer levou-me a alguma coisa? É mesmo hoje? "Love eternal, lost infernal. No more nights of blood... No more nights of fire."

Friday, May 1, 2009

Impossível?

O nada chegou para ficar, quantos dias perdidos, quantas noites sem dormir, foste apenas tu que me abriste o caminho para o inferno. Se eu vivia de olhos abertos, esperando encontrar o amanhã, esperando sorrir te no dia seguinte, e num instante tudo conseguiste destruir. Era eu a perfeita, era eu a pessoa mais linda do mundo. Tantas palavras, tão ardentes, que realmente acabaram por ser cinza, em que um dia acreditei. Porque quis ou porque senti que havia verdade. Parecia-se tanto com a felicidade suprema. Na qual nunca acreditei, lá teria as minhas razões, pensei que afinal a tinha conhecido. Realmente, fui assim tão boa pessoa para até chegar a conhecer a felicidade? Ou será que não é preciso ser se boa pessoa, ela aparece seja a quem for? Aqui fica a questão. Para a qual nem uma resposta tenho. Cada passo que dei, é mais um para o abismo. Não encontro salvação, não encontro motivação, não encontro mais caminhos. Só não compreendo porque é que a esperança ainda faz parte de mim, esperança no que e em quem? Esperança que vem de onde? De onde? Não resta nada.. Nada.. A não ser este mar de tristeza pelo qual cantei e que agora, o mar sou apenas e só eu. Onde não existe nada, para além de vazio, que sou eu própria, o mar era nosso, agora... Agora não existe pureza, não existe amor, não existe sinceridade.. Porque não queres. Aos poucos fui morrendo, sem nunca encontrar a morte, aos poucos fui preferindo a morte, sem nunca dar de caras com ela. Será quando menos se espera, não é um apelo, é um medo. Porque quando se quer tanto uma coisa e depois a temos, já não a queríamos assim tanto. Estão gastas as palavras, está fraca a força, está longe a vontade.. Fizeste-me perder tudo, até a última lágrima procura uma saída, levei mais do que aquilo que recebi, quando ponderei fazer-te vida. Será daí que nasce dia após dia a esperança? Todas as horas me fazem correr maratonas, de idéias, soluções, planos, pensamentos, objectivos.. Quantos deles se perdem pelo caminho...porque não há nada se não desmotivação? Aquilo para que tão bem me sabes chamar. Procuro encontrar o fim da linha, o fim, onde o bem e o mal se encontram e nos é possível escolher o caminho de uma vez por todas. Meses? Anos? Quanto tempo falta? Até lá, o ciclo continua.. Não há mais palavras. Há a humanidade que há muito se tornou insignificante, mas que ainda todos acreditam poder mudar alguma coisa. E se o conseguirem mudar, não será com vazios nem com cinzas. Será com preenchimentos e verdades, que se perdem no tempo, um após um, se tornam cada vez mais difíceis de alcançar (mas para outros como eu, a esperança vive, vá-se lá saber de onde vem). Cumprimentos.

Monday, April 20, 2009

Sem título.

Há dias em que definitivamente não nos sentimos tão dispostos a continuar a lutar por algo que parece perdido, de vez. O ciclo continua, movido por sentimentos e memórias, é disso que ele é feito. Não é feito de acções ou provas, que sejam concretas, pois não existem, nem uma, por incrível que pareça. Aos poucos a vida começará a ganhar sentido, não compreendo porque é que algo se desperdiça entre as minhas mãos, por mais que lute e tente, continua a fugir pelos dedos. Fecho os olhos e lembro-me.. De tudo até ao mais pequeno pormenor, tantas memórias em vão, que não servem para salvar nada. Quando olho diante mim e vejo que realmente devo continuar, pergunto-me porque. Porque se calhar não vale a pena, se só eu quiser continuar, de que me vale lutar se nunca o vou alcançar?

Acredita-se que o pior ainda está para vir, que isto seria só uma amostra de que será possível continuar e ganhar a coragem que tem estado adormecida num sonho que ainda não chegou ao fim, ou que se calhar nunca chegou a ser sequer um sonho. Todos os dias, toda a dor, nunca pensei que iria chover desta maneira, se costumava ser eu e agora não sou, se poderia ficar aqui mais um pouco, se algo realmente fosse acontecer, talvez ficasse, porque sei o seu sorriso de cor, leio em mim que eu própria não sorrirei da mesma forma, que nada voltará a ser o que foi, porque algo aconteceu. Agora, está frio aqui, está escuro. Mas eu permaneci e a esperança ainda não se esgotou, dizem que é a última a morrer, só que em mim nunca chegou sequer a morrer. Numa fantástica caminhada, há-de chegar o dia, há-de chegar. Se todos os dias de dor vão passando, se nunca pensei que isto se passasse assim, se já não sou quem era, vamos mesmo permanecer aqui, e agora.

Monday, April 13, 2009

Impossibilidade em finalizar.

Num fogo que ardeu desde sempre e que agora continua ainda a arder, consigo eu acreditar que morri? Morrer novamente? Quando rejeitei essa hipótese, lembro-me como se fosse ontem. Viver é o melhor que alguém pode ter. A jornada é longa, mas todos a conseguem levar até ao fim. Ao fundo há sempre uma luz, um som mais agudo, que nos consegue chamar e guiar pelo caminho, até ao fim que ainda não conhecemos. Bem, ou no fundo, não há fim. Inútil ou não, por enquanto, é só o que apetece escrever.
Cumprimentos.

Thursday, March 26, 2009

Ou não.

As vezes podemos ter idéias, podemos ter planos e objectivos que mais tarde acabamos por não conseguir realizar. Temos de continuar a vida para a frente, e não a regredir com o tempo, não a desperdiçar o que nos foi concedido. Sei que nem todas as coisas podem perdurar e sei que nem todas as coisas podem ser levadas até ao fim. Uma lição de vida num minuto apenas, ou num minuto apenas, a decisão de uma vida. São tantos os motivos, são tantos os pensamentos e idéias que percorrem o ser. Quem sabe o consiga enfrentar, quem sabe consiga um dia olhar para trás e sorrir pelo que passou, sorrir porque sim, porque aqui e ali ficou completo, ficou terminado. Alguém me garante que esse dia poderia chegar, soube-o num silêncio homogênio no qual vi esse mesmo dia a chegar. Através da passagem do maior desafio que me podia ser colocado, pelo menos, por agora.

Tuesday, March 24, 2009

Ausência.

Vultos que conseguimos avistar, sentindo sempre esse vazio persistente e incalculável, que nos pressiona pedindo algo ou alguém, o qual não conseguimos alcançar e assim o temos de aceitar, continuando de dia para dia a tentar atenuar esse espaço que deveria ser preenchido. Os dias vão passando, como ventos que correm o mundo numa viagem que não termina, por onde encontram as coisas mais inesperadas e surpreendentes que poderíamos ou não imaginar. Mas o que realmente nos faz falta, o que realmente nos parece perseguir, não aparece, não se encontra ao nosso alcance.

Temos maratonas pela frente, tantas horas perdidas chorando por mágoas imperdoáveis numa tristeza onde se perde o que tínhamos encontrado, o que tínhamos construído, vago, mas existente, que acaba por se confundir nessa imensidão de melancolia por detrás dessa ausência tão indesejada. Passavam-se tardes a espera do fim do universo, viviam-se dias contrariando o sabor do pecado, nos quais só se esperava a presença, o preenchimento, que nunca esteve de facto ao nosso alcance. Aprendi a esperar sem agarrar um mundo apenas numa mão, coisa que antes fiz, da qual me custou muito a desprender. Perdiam-se os vícios, perdiam-se as curas, perdiam-se as verdades. Mas sempre ganhei a ilusão, a ilusão de uma vida que não tive, de uma vida que nem sequer vivi. E ironicamente, consegui prosseguir com essa ilusão, estupenda em vulgaridade. Foram mais que mil pensamentos esvaiados em suspiros que ninguém conseguiu ouvir, que ninguém conseguiu sequer suspeitar. Se um desabafo não foi contado, se esse olhar não foi encontrado, quem poderia vir a saber? Avistei tanta força por detrás dessa tristeza, tanta força na qual me poderia agarrar, quando vemos que tudo acaba por se perder não há nada pior do que essa tremenda desilusão, transbordando desgosto. Podia vir a contar as estrelas, podia um dia contar as correntes marítimas até! Ou quem sabe, contar os passos que dei, contar as palavras que disse, contar as vezes que vi o Sol. Nunca ninguém viria a saber por onde desceu esse rio nem por onde passaram estes dias, não poderia saber quantos suspiros foram nem quantos vultos pude desejar iluminar. Não quis que a ilusão me pertencesse, mas na verdade eu é que lhe pertencia. Não por vontade, não por ausência, apenas por existir, por ser, num dia e numa noite, aquilo que não pude viver nem ter, que me assombrou e rodeou durantes horas, dias, semanas? Sim. Durantes meses e durante anos.

A morte pôde estar de costas, ordináriamente de costas. Ninguém soube nem ninguém poderia vir a saber, não se diz nem uma, nem duas vezes. Dizem-se vezes sem conta, repetidas vezes que se acabam por encaixar em tantos ruídos confusos. Em que supostamente já alguém sabe, que sabe, do que sabe. A verdade sempre foi a mesma, qual? Não sei. Mas é a mesma, mesmo alterada, é verdade. É a verdade. Em que se perdem e se voltam a encontrar, tendo mesmo de ser repetidos, que ninguém mais os possa saber, nem sequer um dia poderia vir a ser revelado. Foi a dor que me chamou a estas palavras, talvez não seja o último dia. Contínuo aqui porque vivo, contínuo aqui porque ainda tenho espaço que possa sentir vazio, que sei que não posso preencher. Foi apenas um sussurro que o tempo perdeu, foram apenas palavras que o espaço levou, em que eu permaneci imune e imóvel, porque era assim que tinha de ser sentida essa ausência. Sentida perante mim, sentida perante a realidade, sentida perante a verdade, sentida perante o mundo.

E não foram os vultos que deixaram de existir ou que eram ilusão, foi sim a ausência que mos deu a conhecer, deixando-os comigo neste caminho a percorrer.

Sunday, February 1, 2009

Memórias.

Na vida tudo se perde quando realmente tem de ser perdido. O tempo passa e os desejos alteram-se, os objectivos alcançam-se ou por vezes são repensados. Num mar imenso sem fim, sob a vista de um horizonte bonito e ideal, não sobra nada para além de uma estrada deserta em que o nada predomina e predomina abundantemente, levando-nos a concluir que na verdade, tínhamos mesmo de perder. Esses momentos chegam quando menos esperamos, quando esperamos e quando iriamos estar a espera. Vivem-se dias e dias para alguém, dias de uma vida a qual outra vida mostrou indiferença. Deram-se noites e sonhos, por algo que mostrava ser perfeito, algo que mostrava ser imprevisível, no bom sentido, algo que mostrava de certa forma ser também uma prova do impossívelmente possível.

Vivendo o hoje sem pensar no amanhã, acreditando no amanhã lembrando o que para trás ficou. Numa palavra, num texto, acho que não há nada que chegue para transmitir a alguém o que realmente se sente. Se bem que por vezes é melhor guardar dentro de si mesmo, um ponto, uma história, uma alegria, um momento, uma luz, uma verdade, uma memória, uma dor.
Lembrar tudo, enumerando todos os momentos até ao mais íntimo pormenor, sendo este mais que pormenorizado, nesta mente que o máximo tenta guardar. A fé nunca se perde mesmo quando se está no fundo mais fundo que possa mais no fundo existir, mesmo quando tudo se perde num segundo. Todos os dias se consegue acreditar nem que seja por meros momentos, que um sonho que já se pensara ter perdido, poderia ainda hoje ser realizado de uma ou de outra forma. Porque existe a fé, que com certeza nunca nos vai deixar sozinhos em cada passo que queiramos dar basta quere-la que a teremos conosco. Todos os dias ao acordar, estamos a dar mais um passo neste labirinto que é a vida, entre tantas vulgares antíteses até às maiores traições que o caminho nos podia fazer encontrar.

Hoje estou aqui, de facto estou e estarei aqui tentando alcançar o meu objectivo, que se deu por terminado mais que uma vez. Que me fez e faz ter fé até ao fim. Se algum dia leres isto, perder-te hoje não significa perder-te amanhã. Porque no meu coração vais viver até que me lembre pelo menos da tua face, da tua voz. O que me fizeste, não se faz. O que te fiz, não se faz. O que nos fizemos, não se faz. Agora mesmo, contínuo aqui, viva e saudável por enquanto, não irei desistir mesmo que assim pareça. Porque se um dia o fizesse, seria eu própria a perder. As metas que hoje tenho de alcançar mudaram, eu sabia que tinha de perder. Não sabia onde nem quando, mas sabia que tinha de perder porque tinha de ser perdido. Não tarda muito até começar uma nova partida, em que já não tenho sorte de principiante mas tenho a experiencia que um principiante não tem. Teve de ser agora a derrota.

Será amanhã a vitória que me vai fazer perder novamente? Quem sabe.. Quem sabe..

Embassy Gardens & St. James