Monday, December 12, 2011

Seriedade?

Eu chorava porque a tua ausência ia marcar os dias seguintes.
Chorava sem saber qual a nossa canção, sem que ainda assim nem certezas tivesse de que, afinal, algo me era familiar.
Sentir o lar mas não o viver, sentir-te parte de mim, num presente que não és.
Trazer-te comigo tornou-se a verdade, a qual não podia explicar, nunca pude.
Encontro-me contigo num passado, encontro-me a viver por inconscientemente saber que éramos um só. Não consigo estar fora daqui.
Traz-me a teu lado ou leva-me de novo àquilo que para trás ficou. Porque não aguento somente ler palavras que não foram escritas, iludindo-me a sonhar que um dia achei que voltavas.
Perco tempo em pequenas verdades, tão incorrectas que me fazem dominar na incerteza.
Compreendem-se tantas inseguranças, o tempo passa. Já nada resta.
Acorda-me, soube demasiado e não conseguirei voltar a adormecer.

Friday, August 19, 2011

Old Stuff

E eu posso ter a merda do mundo todo aos meus pés que de nada me há-de valer face à tua constante ausência. É isso que nao é bom, é isso que me faz questionar se de facto ficarei bem ou nao enquanto espero pelo dia em que veja que ficou escrito nas estrelas que nao podemos mais voltar atrás. Haverá mesmo tanto tempo assim até que os nossos mundos se esgotem? Esgotas-me a mente, a paciência. Esgotam-se as inseguranças. Podes escrever quantas palavras quiseres, nao te hei-de ler somente numa carta. E pensar que ficou implícito? Pensei que sim.

Wednesday, June 15, 2011

HNF

"Make a change: kill yourself.
Because life sucks ..and then you die."
Unwritten Rules, someone's 2007.

Friday, June 10, 2011

Today's day

Tanta ânsia em ler mais? É tão bonito quando se chora, quando tens a tua própria lágrima a cair, assenta a desejada materialização de um sofrimento interno ao qual jamais outrem poderia chegar. Sabes que o ar não chega para sustentar essa respiração de que precisas, por isso mantêm-te, mantém-te deitado e talvez um dia percebas que olhar o infinito te pode guiar a vida, a vida que não tens, não sendo necessário continuar sequer a respirar. E se as tuas lágrimas tendem em continuar a cair, nada mais poderás fazer para as parar, porque o dia continua a tardar em chegar, porque a vida cada vez perdoará menos, pouco mais ou nada falta para que o último escape traga a prova. E eu que não te vi vez nenhuma, sei melhor que hoje e melhor que ontem, o quanto seria bom viajar nos teus braços, não te tendo, não te sabendo, não te dizendo de cor o meu nome, não provindo dessa verdade que desconheces, sabendo apenas que nada por nada me mencionará. Não me hás-de guiar neste mundo, nem me hás-de guiar na morte. Por favor te peço apenas que continues a dar luz à minha alma, essa alma que será eterna, tanto numa só vida como nesse ponto final que cá estará para todo o sempre.

Deitar-me no chão e olhar o tecto, enquanto me poderia deitar bem e lá fora, vendo o céu, tu e eu, somente tu junto a mim e eu junto a ti. E enquanto a vida passa, passam os momentos e nada mais ou pouco mais nos resta, restará na certeza da vastidão. Embora fosse melhor aproveitar o dia, se for O dia… Porque no dia em que o dia for apenas o último, não raro, mas único, e a noite já for a morte, há-de cheirar sempre a escuridão e nessa escuridão que é tão imensamente intensa, pondera que eu apenas me consiga perder se estiver sozinha. Estas palavras quer tu as leias, ou quer não, escrevi-as sozinha, cantando, reflectindo, olhando um chão vazio que podia ser o mar tranquilo que olhámos juntos. Aquelas noites, em que vi a lua, em que vi todo um luar sobre a água, enquanto dávamos as mãos, e agora… Simples, se não há mais nada. Se é que algum dia houve. Acho que nunca te conheci, acho que tu nunca soubeste a minha verdadeira essência. E pensar que um dia fomos um só, se nunca passámos de uma metade estagnada. As minhas mãos estão gastas, a cabeça não consegue mais pensar, traçaste em meus olhos esse caminho que nunca ambicionaste percorrer, agora só há puro vazio e de seguida inerente virá a habitual solidão, proveniente de uma origem tão horrível quando dói tanto apenas um mero sorriso.

Dói tanto aquando o passar do vento, o vento que passa e confirma que todas as noites são iguais. A música é sempre a mesma, insistente; a morte que teima em chegar implicitamente, mas que ainda não chega. Não chegando, por fartura de inércia, se o tempo é tão escasso, numa vida que possui um fim tão certo e enquanto por aqui me deito e me mantenho, apenas soletrando estas palavras, poderíamos estar juntos, talvez tudo pudesse ser tão melhor. E não é, são memórias desgastantes todos os dias, e todos os dias, és tu que estás no meu pensamento; és tu que eu vejo, tão longe, se sempre estivemos tão juntos e o tempo passava. Nós estávamos, longe tão perto, sendo que agora sinto esse tão longe numa distância fortemente distante, e nessa distancia tão distante, o que há mais? Deixaste-me sozinha, não há força que aguente mais o estar aqui sem ti. O meu corpo paga o que o coração vazio traça. A noite não perdoa, não deixa dormir, trás tudo de volta: imagens, sensações, o brilho que os meus olhos tinham, esse brilho que tu levaste com tanta pressa numa amarga corrente de teimosia.
Porque é que tenho de escrever estas palavras? Tentei gravá-las na tua própria pele, confesso-te. Agora não há nada, por isso, o que mais importará ou te poderá importar? É a conversa sempre igual, cheia de nadas, refeita em mágoas e isolamento, adoptando um círculo vicioso do qual há anos não se consegue desprender. Horror, desespero. E ainda te ris, ris-te quando te digo que escrevo sobre a morte. Então? E é assim. Ri-te, enquanto a vida te dá férias. Gostas assim tanto de sorrir? Eu também gosto. Gosto tanto de me rir e de sorrir. Problema teu será o facto de que as palavras sobre a morte, das quais falo e volto a referir despedidas, irão durar para sempre. Para todo o sempre, alguma marca ficará desta eternidade subjacente, quer queiras, ou quer não queiras. Talvez porque o seu significado para sempre perdurará vinculado.

Ponderando sabes, que o teu sorriso, esse teu sorriso tão apagado, tristemente gasto, tipicamente falso, habitualmente penoso e ridiculamente cínico, apenas durará enquanto o teu miserável coração continuar a bater. Porque no dia em que tudo pare e no dia em que tudo desapareça, finalmente o teu forçado sorriso, que aconteceu apenas num só momento, por aí se findou, ficando extinto para todo o sempre. Horrível não é, mas as minhas palavras sobre a morte cá estarão (nem a tua existência é suficiente para as eliminar) para que outros as leiam, relembrando tudo aquilo que te ensinei e que ficou para trás. Para que outros se possam também deitar sobre elas, mas que, ao contrário de ti, não vão adormecer na ignorância consecutiva a uma limitação literal. Saber que de futuro também será a sua vez, os acordes já gastos e a voz rouca, para que se pouco ou nada há a dizer, improviso este que poderia ser levado até à eternidade e que infelizmente algum dia se calará, visto que a Natureza assim o ditou. Ascende, levanta-te erguendo esse pulso que tantas vezes soubeste acordar, para afirmar uma identidade que não tinhas. Se bem que se agora o pudesses fazer, acredito que nesse teu eu inexistente, algo se conseguisse fazer ouvir, mas não para estes lados, apenas nessa imensidão tão perdidamente triste, tão perdidamente mortal e tão certamente findável. Receio que nem sequer te consigas somente destacar, que nem sequer vivas um dia mais que seja. Deixaste de ser útil e constante, de ter a dignidade suficientemente sustentável à minha existência. O meu coração e o meu amor, a verdade é que a tua presença meramente inexistente (e se eu conseguir ser tão agradavelmente desagradável, tal como anteriormente o consegui) não assenta numa questão de melodias que te conseguem impor a distância que perspectivas, a relativa frieza entre a fronteira do meu ser para com a tua morte.

Chega, chega mesmo de tanta insistência, chega de nuvens negras pairantes no teu céu que apenas servem para afugentar os meus medos. Não percebes nem consegues compreender que essa tua resistência morde a minha ferida constante? Se se torna tão ridículo, inútil, insuficiente, instável e improdutivo. Corta-o. Perdes para passar tempo, não há outro jogo que saibas jogar. Serves para cobrir o demónio enquanto se calhar te achas apenas uma pseudo réplica deste, mediante o qual és gozado e reduzido. Vives limitado ao cliché da fantasia, ao qual chamas de quotidiano, onde só sabes meramente perder, num retorno de derrota minado de vícios e ideais infundados.
E passar as mãos em algo que não és tu, passar as mãos e sentir a separação abstracta, passar as mãos quando não há mais nada em que tocar. ‘’Existes tu’’, dentro de um buraco negro na minha alma. Enquanto eu adormecia nos teus sonhos, enquanto adormecia embalada numa verdade que nunca tiveste nem nunca hás-de conhecer… Enquanto fiquei apenas pairando, sustentada pela voz da tua alma que não tarda em partir, cantarei no mais frio dos Invernos e tornarei os dias tão suportáveis tal como primeiramente o planeei. Se a tua predominante e rara beleza há-de existir até acabar com a minha vida, abandona o meu lar. Porque se o mundo continua ainda pendente, não será jamais, a tua verdade que me apontará a intriga de tudo aquilo que devia, um dia, ter sido por mim dito. Assim sendo, deixa de me procurar, deixa de me ler.

Saturday, May 21, 2011

Away

Desfruta do vazio, pondera sobre o escape, sente a brisa suave que vem desse rio próximo, de problemas, de análises, de cálculos, de um nada, tão cheio de tudo. Ausência. Questiona a vontade que se prende no saber da mudança, goza da experiência que te faz ganhar a vantagem do saber; saber aquilo que outros não sabem, aquilo que outros nunca viram. Conheces bem a praia onde nos olhámos a primeira vez, agora usufrui desse silêncio, em solidão desesperante e numa agonia constante, cujas marcas, mal ou bem, não hão-de sarar. Quando não se nasce para vencer, vive-se a perder. E eu sabia que ia ser apenas mais um desperdício, e eu sabia que o meu tempo, ainda que em vão, escassa cada vez mais. Ausência. Como é, logicamente improvável, as tuas virtudes inexistentes não alcançarão a meta onde deverias estagnar. Até onde precisarei mais de insistir? Pedir-te em vão que cantes a mesma canção? Eu tenho todos os momentos escritos nas estrelas e um dia estarás de facto, a meu lado, quando nos possamos unir para os ler juntos. E não quero saber aquilo que sentes, aquilo que amas, aquilo de que dispões… Aquilo, ou nem sequer isto que pretendes. Espero por sinais desde há muito, fácil é dizer que se torna tarde para que abras mais uma vez os olhos. Frases e trocadilhos eternamente repetidos. Se vi escassez, agora choco com abundância. Difícil é encontrar a fórmula. A fórmula que permita o aproveitamento deste silêncio, tornando-o produtivo.

Não mais que regalias, não mais que a mera ausência. Ouço o relógio todas as noites, torna-se insuportável dormir, esquecer que foi uma hora e vinte e três minutos, da manhã. Se bem que, desde há muito, que só essa hora conduziria ao verdadeiro sentido. Acordar e abrir os olhos, se não podemos fugir daquilo que já traçámos, será suposto que o meu mundo destrua o teu? Sublinha, ausência. É suposto que assim seja. Ausente, e estilhaçados os vidros, rasgadas as cartas, esquecidas as memórias, retalhadas as fotografias, queimados os beijos, desprezados os momentos, destruídas as vozes, odiadas as noites, degradados os sonhos e mortos os desejos. Esqueci os objectivos, perdoei os erros, calei as tentativas e não digas basta porque irei sorrir. Dizes um todo que perdeste com um olhar, tal como o fizeste da última vez em que te encarei. Ausência, apenas. Não tens absolutamente nada, nem sequer um bom dia ao acordar. A tua vida fora esquecida numa maré sem retorno. Pena é, não te poder ter comigo, pena é, não poder voltar a estar contigo como naquela noite em que apenas a natureza nos rodeava, noite essa na qual me disseste que preferias não ter vindo ao mundo se não me tivesses conhecido. Pena será, contar os dias, até ao pôr-do-sol. Horror é saber que morreste em ti para nascer em mim e agora jamais poderás voltar atrás. Ausência. E foi tudo tão ausente. Triste e sufocante ausência. Dói saber que o li, dói saber que a meta será sempre acima e o alcance apenas e somente ausência, puramente compreendida sem refúgios em delírios triunfantes e indignos, qual sabedoria inútil posterior ao pecado. E tu não vais chorar novamente, ainda que a música volte sempre a ser ouvida da mesma forma, porque já pouco ou até mesmo nada restará. Ausência, constante e simples.

Nunca estiveste comigo, a tua voz cada vez menos presente. E se vim ao mundo para perder, então não nasceria para vencer. Lutas inofensivas, conversas inacessíveis, se há compreensão, há consequente repreensão. E chega de vez, basta partir. Chega de condenações consecutivas, banais, ridículas. A revolta já não será comigo. E ele amava-me. Pois tanto. Mas não está aqui para o dizer, hoje, que me ama. Onde há harmonia? Onde terá ficado a estabilidade. Existe. Fio oculto, cujo fim não é de todo para o Homem. Atrás de mim há, ausência. Doce vida amarga, imbecil pessoa que o foste ditar a outrem. A graça dos teus dias, o pouco que por aí vi, o nada que de ti transparece. E foi tão fácil perceber. Como sorris com tantos remorsos? Como sorris imundo em podridão? Como sorris ao estar sozinho no mundo? Como consegues respirar se sabes que nem sequer isso te pertence? O teu vazio, a tua falta de essência humana. E és a pessoa que tanto amei, se foram tantos anos de pura mentira, porque não procurar afundar a divergência. Ausência. Contínua e inerte ausência. Foste criado, embora certamente para me amar, para viver de olhos cegados ao bem, fixados na doença e desejados para a tortura. Não há luz, há ausência, porque tu não estás aqui, nunca estiveste, nunca estarás, nunca se proporcionará, o fim de algo que não começou, o eterno retorno ao destino escrito, tão ausente e tão confuso, onde nada mais se encontra, apenas ambas as nossas almas estagnadas e cansadas, de tanto sofrer para nada ter.

Vou ter tantas saudades tuas, se o leste aqui e agora, lembra-te disto, sempre, por não voltarmos a voar naquele céu, por saber que as memórias sempre me dificultarão os dias e me deixarão ausente durante todas as noites. Enquanto as lágrimas caiem por já saber, e não viver na ignorância, de que nunca mais te poderei ver, com estas mãos que te tocaram, sentindo-te até ao teu próprio ser. Não hei-de aguentar, a ficção emociona, embora seja tão ausente, esta cá tão implicitamente. Aceitaste-me, agora demonstra-o, com ou sem vastos sinais, mas não demores uma vida, porque a ausência persegue e não me deixa dormir. Deixa de ponderar, sobre se há ou não um vazio, se tanto te disse que mais completo que o meu todo, não poderás nunca encontrar. E esse teu escape, que chegue apenas para quebrar rotinas, se me tão bem conheces, saberás que as coisas só o serão para evoluir. Problemas terminarão no dia em que tudo volte, tudo volte amorosamente, o amor que tão ausente se vê, se lamenta e se sente. Ausência, é apenas isso que chega. Ausência, ausência, ausência, num universo que tão pendente se encontra, num tão ínfimo ciclo. Ausência, é então e somente aquilo que apenas desejo que fique, por aqui e de vez, para sempre ausente.

Tuesday, May 17, 2011

QB

É como escrever que prefiro estar ausente, é como saber que escapas quando fechar os olhos e mesmo assim, olhar-te continuamente pensando que nunca terminou, aquilo que jamais começámos. Perder o sentido à vida, perder pela vida supondo que sim. E é assim, pendente.

Thursday, May 5, 2011

Would you stop?

Why do you still come here (wasting your time) to read (uselessly) my words?

Tuesday, May 3, 2011

MTH

Today's black theater my dear love. You're always so hard to find but now, now I’ve come so clean that my arms will give you a next change. A new change to feel my words, to see my world, to walk in my dreams. One minute, just once. Come with me. We can run all night, we can make the whole world change, breathing love. The time has come and freedom’s surrounding our whispers, I told you to remember so be still for a moment. Don’t say that you need me, because it’s no good. I have all the time in the world. I know that when I was alone in the north, when nobody cares about the only thing I miss, you were the reason that I couldn’t explain to make a difference. Behind the wall. Start for us. Did you read the letter? Could it be the beginning? Score enough’s for me. Built the last song, the last song I’m wasting on you. Writing your name in my notebook, smiling for you just because now it's too late. So better, actually I was trying to find loneliness with or without you, as always. Now it's dark and cold. Nevertheless, my love’s yours. Who lose? Why should I cry? May I will? Easy: forgiven, but not forgotten, everything is a game that never ends and you’re losing too much time searching in the wind. Well, I’m sorry for the nightmare I created; it's so soon to be dead and you’re saying that I lost my life. Promise me you'll read this lines and I’m sure we'll be sleeping so close to each other. Stay with me, say that you'll save me for the wounds, feeling like a drug.

My heart's so near to fear that I’m sure that the end's coming to us. Say something and try me. I'm dying with all this silence, so far away from me, but you're just the only one who said me to sleep well, you said "see you tomorrow, good night". Turn loose the swans, into me, had to leave. Living by unwritten rules, marching through the never. The sun’s over, come out and understand goodbye’s kiss. Why did you leave me? I'm so sad, your beauty scares me. These horrible feelings around me make me scream inside. You whispered a road, would be forgiveness. Please, freak out. You need pain to turn. Pain, pain, pain… And you want it. And be ready to lie, my anger's close to you. All my faith, all my fears, all my dreams... Are too dead to come true. But anyway, you'll be dead soon too. Can you keep it all behind? Make me laugh, god's sleeping and shall forever be. Rise your soul to the sky, deep inside there's a hole you can't see (and you don't want to see). Sleep my child. The window's close next to me, where am I going to pray. You broke us. Walking away from you, a foot in your mouth. All of you, you ruin, you, my river. Take me back, now I believe. Embrace me, bleed in my wound or run in my arms without my love. Do I have to wait until our worlds collide? We are so nothing but the truth, sad and beautiful lying beside this door. You can NOT win even if you try, you can NOT breathe even if you live. Come on, let's go, through the black peace of my soul, let’s falling away from sorrow.
You’re nothing, just emptiness, pure nothing and ...pure failure.

Wednesday, April 27, 2011

Friday, April 8, 2011

All of you.

O meu avô mostrava-me as estrelas, hoje não há ninguém que o faça. E eu que estou contigo, tu nunca compreendeste que sempre precisei de ver a lua para me sentir feliz. Nunca me mostraste sequer o que era noite, nunca me trouxeste nada de bom, nunca me levaste a sentir o nascer do dia, nunca houve nada entre nós. Apenas o vazio com que me iludias, pensando sucessivamente que me preenchias. E eu não consigo mais respirar, ardem-me os olhos, o sono não há-de voltar. Não há mais para onde olhar, pouco mais há para desejar. Lembro-me do primeiro dia em que te vi, tão bem. Percebi que eras tu, tu a pessoa que eu mais queria, a proximidade apertou, a dor nasceu. Hoje sobra a mágoa, o sofrimento e aquela canção que me escreveste.

A nossa união, foi tudo tão perfeito. Fui feliz e senti-o em cada centímetro da minha pele, lembrei-o a cada instante de vida. Não se escreve com vírgulas e quero dizer-to enquanto canto. Vejo memórias, consumo obsessões, transcendo pensamentos, vivo enquanto durmo. 01:49 AM porquê agora? Amo o teu sorriso, eu amo os teus olhos, amo tudo aquilo que te pertença onde quer que estejas, e eu estou perdida sem ti, sem mais nada, amo-te tanto, sei que o consegues ler e sentir como se tudo tivesse sido ontem, sei que o estás agora a ler, sei que o consegues recordar, como em todos aqueles dias. Em nenhum único instante me esqueci de ti e de tudo o que me mostraste, ensinaste, fizeste sonhar. Às vezes deparo-me sem respirar, imóvel. E sem nada, sem absolutamente nada. Morri em mim para nascer em ti. A violência, o cheiro, e tudo mais, a decadência está cada vez mais presente. E estará cada vez mais comigo. Enquanto me acompanha na tua ausência, como tem sido desde há muito. E não te disse estar mal, sempre estive, sempre o viste. Diz-me alguma coisa, fica comigo para sempre, porque todos o prometeram e nunca se cumpriu, porque se tanto quis e foste só tu que amei. E não será o amor uma surpresa do demónio num pesadelo chamado deus? A tua beleza esta mais viva do que a minha, a minha morte mais próxima do que a tua. Levo em mim todo o teu ser e todo o carinho da tua sublime presença. Se a mente pudesse falar, realizaste o meu mais que tudo, deixaste-me mesmo sem nada ou pouco mais, o que ainda se questiona inutilmente. Escreverei eu todos os dias o quanto te amo? Digo-o ao céu, ao inferno, ao vazio, ao mundo. Querer-te-ei até ao último instante da minha vida. E quando esse instante chegar, que parta nos teus braços, porque tudo seria melhor assim. Nessa última respiração, nessa última imagem que os olhos levariam, comigo.

Não desejo que lamentes quando partir, não pretendo que lembres a minha existência, não ambiciono que desfrutes a minha ausência, equipara-me ao esquecimento. Paralelamente miserável, os dias custam a passar, a canção que agora ouço custa a entranhar, não hei-de saber a letra, a melodia há-de continuar a custar de ouvir. Eu não aguento muito mais, fica comigo enquanto o tempo é curto, pois quando o tempo for eterno e a nossa alma finalmente imortal, nunca mais nos poderemos ver, nem sequer tocar, e eu sei que estás acordado, e eu sei que me querias olhar. Reparei sempre, o quanto falas, o quanto adoras olhar frente a frente, reparei em certas posturas tímidas e inocentes como quem acaba de iniciar um jogo. Um jogo que já vem de há muito tempo.

Contei-te da pior composição que alguma vez ouvi, aquela da qual te falei vezes sem conta. Que agora, uma vez mais se repete. Era 01:23 AM, que sempre foi a nossa hora. Quantos textos escrevi a ouvir apenas este som, não há voz, há suspiros. Há sofrimento em cada nota, tão pouco, tão pouco tempo, tão profundo e tão degradante. Segundos de destruição de um alguém. A minha alma está cansada e o meu ser está esgotado. E a música repete-se sempre, durante todos estes momentos, o que sempre foi e não teve excepção, nem descanso. Os olhos não mentem mas a falsidade sim, agradeço-te a consideração, ainda que escassa. Mas dói tanto, levar o corpo, o peito, o coração, é cada vez mais desgastante. Saber que tudo, tão mais depressa do que julgas, termina e continuas sozinho, deixando que também eu o esteja, que também eu viva isolada. Abrir os olhos. Aprende com o hoje visto que o amanhã não há-de chegar. É essa tua arte, vazia de nada, condenar-te-á até ao fim dos teus dias, onde tudo saberá a pura solidão e a medo obsessivo. Amo-te. Por isso, sorri para mim.

Tuesday, April 5, 2011

47


You lose with nothing and fears.
I played with spades and ashes.
Look at me, so close.

Saturday, April 2, 2011

Saturday, March 26, 2011

24.25

Vi-te sozinho tantas vezes, perdoei-te um vazio perdido na sombra da paz que nunca me trouxeste. Passo a passo cada vez doeu mais, senti a agonia da tua ausência no vácuo do meu peito. E a dor começava a sufocar, o ambiente deixou a ternura ao receber tanta mágoa. E por mais que lamentes uma lágrima, ela há-de sempre cair, pela minha face despida, sem nada mais ou do pouco que me reste. Nunca tive ninguém, nunca escondi não ter, não foi num último beijo que aqui me deste, não foram escassas palavras que me fizeram este mal. E será como te disse, será a noite apenas: tu e eu, sem mais nada. A pureza do teu sorriso, o conforto nos teus olhos, a tua terna mão que me toca os lábios. Não voltes, simplesmente vem como se fosse a primeira vez, tal como tem sido de todas as vezes nas quais ficámos a olhar um para o outro, sem conseguir dizer nada. A noite chegou, tocar a atmosfera, sentir o frio que tarda em passar. Obrigada, tu sabes porquê. Porque me fizeste avançar, sorrir, saber perder, hoje e amanhã. A experiência traz a sabedoria, a sabedoria traz a prudência. Não é um simples grito (ou suspiro) que me vai trazer a verdadeira unificação sentimental, não será o teu carácter técnico que me devolverá a paz de espírito. Fizeste-me calar, não falei, deixaste-me presa, não me movi. Quando chegou o princípio do fim consegui sorrir tal como ontem já o tinha experienciado e não custou. Dar-te a mão quando pedes para ir contigo, ver-te perto por pura vontade. Não tenho muito mais a dizer, actos, expressam-me. Não ouvir a palavra "amo-te", não a ler, não querer saber. Mas ter a vida amada, amando, é isso que nunca me faltou, é isso que tu nunca terás, de ninguém.

Wednesday, March 23, 2011

23.03

''Mata todo o teu Deus,
casa-te com a mulher dele - A razão.
(a viúva razão diz ao Homem para crescer).''

AM 10 : 40

Experimental


Constrangimento em diálogo.

Thursday, March 10, 2011

Não foi hoje.

Quantas vezes to pedi, quantas palavras te escrevi, quantas lágrimas não deixei que visses, quanta tristeza me levou à superfície da mágoa. Quantas vezes, quantas noites, quantos suspiros, quantas lamentações, quantas memórias... Quantos momentos desperdiçados ao lado de um nada, impotente. Para quê? Para estar a sorrir neste preciso momento. Tudo aquilo que construímos, tudo aquilo que quiseste destruir. E desta vez, se me vieres perguntar qual a vinculatividade de cada argumento dir-te-ei apenas que sim. Sim, fui tanto quanto quis ser, sim fui mais além, sim fui tudo aquilo que podias ter sonhado mas actualmente não restará mais nada (exceptuando necessariamente as tuas miseráveis feridas de ego). Fui tudo aquilo que quis, juventude. Alcança a escuridão que a noite te mostra e chora a tua alma até que esta se separe do teu corpo. Permanece, deixa-te ficar. Lamenta-te e sente pena, inércia constante. Feliz estado de espírito, olhar o mar e sentir o frio, o gelo, deixar as mãos congelar e pedir que a tua imagem se faça esquecer da minha mente, do meu pensamento, do meu peito, que desapareças sempre e para sempre de todos aqueles segundos nos quais estiveste, infelizmente, presente. A felicidade em que nunca acreditei, o amor que nunca senti, a ilusão para a qual te induzi. Não foste alguém que tivesse tido pena de perder, foste alguém vazio e trouxeste-me só mais um efémero sentimento que tão depressa se deixa desvanecer no meio de tanto orgulho e de tanta razão. Sorrir para o céu. Estarei minada de conflitos? Estarei limitada a arrependimentos? Preocupação mínima, por agora. Mais útil será centrar a coerência na vastidão de bloqueios que provocas à minha sanidade mental.

Qual o fogo que vês arder puramente? Não te dei nada a não ser falsidade. Indignação? Invoca-a. Consigo sorrir, não conseguirei responder. Um novo direito? Será legitimo recusar a verdade não sabendo agir em função da mesma para que posteriormente possas vir mostrar "indignação"? Há três anos, precisamente, disse-te que não valias nada. Ou se calhar até valias mas não aqui. Vai valer, mas fora da minha vida. Não vales nem aqui, nem ali, nem onde possas achar valer, mas vai. Anos. Um segundo, suficiente e essencial, transpondo o fim absoluto duma continuidade estagnada e imprópria, para mim. Egocentrismo ou aquilo que prefiras chamar, a indiferença já domina, a paciência já chegou ao fim. Libertação daquilo em que me prendias. Não reparaste no cansaço da minha última vez? Objectivismo. Pensar, valer, julgar. Basta olhar, observar, avaliar. Que capacidade reservada e inútil, em ti.

A morte há-de ser tranquila. Ainda estamos em Março, a dança anual só chega em Dezembro. No entanto, fascinante será pensar num amanhã que não existirá, num ontem que para trás se esqueceu, num hoje que impõe o fim na hora (e que já se encontra escassa). O fascínio que será desfrutar dessa inércia progressivamente, gradualmente. Apetecível, ainda que hoje o questiones, talvez um dia agradeças o facto de a circunstância te ter levado mais cedo ao céu (ou não, porque não hás-de estar aqui para o escrever). A tua vida terminou precisamente no momento em que a minha começou.

Thursday, February 17, 2011

Monday, January 31, 2011

Janeiro


Beleza escassa, confusa, faminta. Aprecias o sem valor, o ego, a pobreza. O espírito e a alma cujo ser não há-de perdoar, ver-te ir e felizmente deixar. Vai e contigo leva as palavras, não lamentes aquilo que não tivemos, não chores por aquilo que não pudemos. O dia não vai chegar, o tempo não vai parar. E saber que alguma lágrima te pousou no ombro será o suficiente para seguir o caminho que nunca escolheste.
Foi assim. Perdeste tudo.

Saturday, January 15, 2011

Monologue

O reequilíbrio necessita de ajuste.
A experiência dita a razão.
Lágrimas presas, emanam prazer.
Verdade inerente.
Possível consagração.
Transcendência de espírito.
Sorriso apagado. Perdição.
Som gasto, repetido, cansado.
Demasiadamente oscilante.
Mentiras graduais.
Alma divisível, corpo apagado.
Visão e tacto.
Passado que não dorme.
O sofrimento continua a bater à porta.
A voz cansada de silêncio.
Respiração desagradável.
Contraposição à perfeição.
Descoberta de dor.
Esquecimento permanente.
Carácter consistente.
Respeito inexistente.
Influências horizontais.
A janela acabou por fechar.
Incapacidade, meta longínqua.
Vastidão, complexidade, procura.
Inverno, frio, chuva, céu.
Procura inconstante, maleável.
Solidão, pureza, falsidade presente.
Movimentação subtil, delicadeza.
Proximidade, cheira a fim.
E a sangue. Futuro.
Batalhas, lutar pelo sim, morte.
Desaparecimento eterno. Ausência?
Usufruir, abusar, de mim, de ti.
De nós. Dos outros. De ninguém.
O teu nada preenche-me tudo.
Com tudo, vazio é o que resta.
Em ti não existe amor. Não.
Ignorância. Saber amar?
Independência e crueldade.
Felicidade que se esconde na solidão.
A resposta está próxima.
Há em mim sossego.
Pedaços de mar e de calma.
Há em mim.
Loucura.

Embassy Gardens & St. James