Friday, October 17, 2014
Saturday, August 30, 2014
Oitava Perda
Sinto-me sem nada.
Tiraram-me a alegria, a paciência, tiraram-me a bondade e a
entrega. Tiraram-me vida, porém. É como se estivesse só. E sinto-me como se o
tempo estivesse a passar e o resto a por aí ficar, sem noção do que ao certo me
rodeia e sem perspectivas de melhores dias, esses que já nem me lembro de como
eram. Choro porque fiquei sem nada, sem o mais e sem o menos.
Fiquei sem mente, sem raciocínio, fiquei sem paz e sem
calma. Brindam-me todos os dias com as novas vestes, de desassossego, de medo,
de receios, de doença, de preocupação, de ameaças, de fraqueza. Perdi-me na
dor, não sei mais quem sou porque não me consigo lembrar de quem fui.
Procuro-me aos poucos e a memória foi consumida por algo, sem que me deixem
conseguir voltar. Embora tente todos os dias ponderar o momento e a direcção.
Hoje não sei mais ao que recorrer se não a mim mesma, só que nem assim lá
chego. Abaixo do som do vento, palpitam as dúvidas pelo chão que piso, nem esse
é certo, nem esse é sólido.
Tremo de agonia, e enchem-me de ânsia, ora de onde
vens tu, inquietação? Não páras sequer para te certificar da minha respiração. Doem-me
os olhos, as costas, o estômago, a garganta. Pesa-me a cabeça. Arrasto as
pernas, e os pés em conjunto se movem. Apenas a mim. Porquê? Onde fiquei sem
que me levassem? Onde posso esperar que retornem e comigo sigam? Se ninguém me
alcança, se nada me resolve, no que é que devo acreditar? Alterar o trajecto e
falhar vezes sem conta, é como que se me afogasse em tentativas e cada vez
fosse mais ao fundo. Estou a perder se se tratar de um jogo, estou a morrer se
se tratar de uma vida.
Quedas, bloqueios, risos sem fôlego, prantos sem motivo, as
misturas que não prezam pelo bom gosto. Voltei a chorar, voltei a sentir-me sem
nada, voltei a ser fraca, impotente, perdida, sem fé, perturbada e incapaz. Há
muito que não me conhecia, indo ao fundo, quem sabe procurar a luz. Essa que
outrora levou muito até aparecer, agora somente passa e nem sinal deixa. As
oposições do destino, as quedas da fortuna. Prendem-me ao passado sem que me
consiga lembrar dele, bloqueiam-me no presente sem que no futuro algo possa
saber. Confundem-me as leis, vivo em curto-circuito. Deixaram-me pendente, por
aqui. E é por isso que me sinto sem nada. Porque me tiraram as horas e os
minutos, tiraram-me o sossego e os sonhos.
Saturday, July 26, 2014
Thursday, June 26, 2014
Shame
E eu correspondo ao que é ser a melhor, porque ninguém
sequer o pode ser por mim. Seja esguia ou presente, quando simplesmente sou
quem sou, basta-me ser. E ser melhor não implica que não me contraponham a
palavra, nem sequer implica a concordância. Vejo o mundo pela perspectiva em
frente, e por mais confusa que esteja, sei que a dignidade não se compra. E
essa acompanhar-me-á até ao último dia, enquanto o resto possivelmente, já não.
Pouco me interessam justificações credíveis, até mesmo as
compreensíveis já me fartam. Acredito, compreendo, até confio! O que não
significa que compactue. Tu que és ambição, queres mover montanhas, ser mais
por mais além, e consegues ser pequeno no resto. Não tenciono moldar-te nem tão
pouco crucificar-te, pelo que peço que comigo o mesmo aconteça, quem sabe. Não
me moldes a aceitar tudo, apenas por confiar em ti. Não me crucifiques por
saber dizer que não e afastar-me quando o silêncio é o que melhor nos faz.
A vida é sentimento, somos tudo aquilo que o coração sente!
Posso estar na procura pelo caminho há anos, outros nem isso. Com perspicácia
ou com dificuldade, aos poucos ficam claras todas as portas que não abrirei.
Inclusive as que estão à tua volta. Um sentimento pode mover montanhas, mas as
montanhas não se mexem sem que tu lá estejas para as tentar mover. Como tal,
não te vou seguir. Se quiseres, acompanhas-me, caminharemos juntos lado a lado.
Abandonei o velho, as roupas usadas, o passado nas fotografias, canções de
adolescência. Deixei de parte aquilo que não me interessa, ao contrário de ti
que lhes vais dizendo olá de todas as vezes que à frente dos olhos te chegam. E
tu sabes, os erros, o fraco nível, sabes as teias, e a frustração. Sabes os
esforços em vão, tudo aquilo que não tiveste, a mediocridade, a insignificância,
esse teu passado que te ronda ao virar da esquina e onde infelizmente teimas em
voltar.
Lamento que aos poucos o vás percebendo, embora da pior
forma. Lamento ainda mais, o facto de ter de ser assim, porque por ti (somente)
lá não chegarias. E lamento, lamento tão mais que tu. Porque amo amar-te e é a
amar-te assim que sei que amo, porque amo-te como jamais amei e amei-te tanto
que sei que amar-te será sempre assim. Acredita que, nunca lamentarás mais do
que eu. Talvez também porque até o teu mundo é menos expansivo que o meu. E
apesar desse caber no meu, o contrário não acontece. Todos os dias sofro porque
não consigo alimentar como devia aquilo que sinto, de forma exacerbada. E
confio plenamente em ti, apenas lamento o que te ronda, lamento o teu passado,
lamento a vergonha emocional que sinto, lamento tanto, tudo o que tenho vindo a
saber e a pensar, não imaginas o quanto. Não peço que sejamos iguais, peço que
sejamos complementares. Não vivo do interior, há um mundo exterior que nos
ronda e eu lamento não suportar o teu.
E o desapego, e o propósito, fazem-me não ter medo, algum
receio do desconhecido. Mas a Fortuna não nos quer mortos, dá-nos o que temos
de adquirir. Por isso sei que tenho de aprender, sei que tenho sentidos aptos
àquilo que tenho de receber. Se partires, lidarei com a perda. Que no fundo não
será uma perda. Se partir, recomeço as crenças noutro lar. Que será de ti
longe, para ser mais flexível.
A vida quer simplesmente que vivamos, bem ou mal. Não te
prendo, nunca prendi ninguém apesar de já me ter prendido a mim. E desejo-te a
maior das sortes na vida e a mais sincera felicidade a que tenhas direito,
genuinamente. Aceito aquilo que tenho, sou grata pelo que me concedem e
entrego-me ao projecto dos céus. Pouco mais tenho a dizer, muito mais é aquilo
que sinto.
Thursday, June 12, 2014
Not focus
Pergunto todos os dias quando é que as águas irão acalmar. O
que se passará comigo? Sinto-me como se não fosse a pessoa que vivi. Sufoco de
dia para dia e a verdade é que mesmo assim, ainda respiro, ainda sonho, ainda
tenho esperanças embora sem saber no quê exactamente. Enquanto der de mim, é
porque vivo, embora carregue um enorme peso. Quantas vezes mais terei que desesperar
e pedir com todas as forças o início, novamente? Sinto-me fora da existência, e
sei que estou aqui. Agarro-me à vida como se de ar se tratasse, como se pouco
ou nada mais tivesse. É por te amar que acredito, é por querer dar-te tudo de
bom; é por trocar o amor por todo o ego que possa ter, é por te dar a mão mesmo
que precise dela para me agarrar, vivo os nossos momentos.
Vejo-te a flutuar pelo meu chão, como quem foge debaixo de
algo. Vejo-te por perto todos os dias, mesmo que não te olhe, mesmo que estejas
tão longe. Vejo-te fora de mim e sei que estás tão dentro. És como que um
espectro de chamas que arde em mim.
Sair será impossível, perceber o que há é o retorno à
origem, fico cheia de nada porque há mais do que muito à volta de crenças e de
ideias. Acabo por chegar ao paradoxo da saudade.
Talvez aqui veja um novo começo, onde me sento à beira mar
contigo a meu lado. Olhamos o brilho do sol, o movimento das ondas, a claridade
da água e a suavidade da areia sente-se por debaixo dos nossos pés. Olhamos um
para o outro e diante o mundo, somos companheiros, somos um só. Somos vida,
erguemos a vontade pelos céus.
Fui alguém que jamais se lembraria de quem seria e hoje sou
alguém que não se lembra de quem foi.
Thursday, May 22, 2014
Way to Bed, but not Sleepy
Medo do quê, exactamente? Temos medo daquilo que do lugar não sai mas que se reflecte como ameaça?
Tenham medo da raiva, da fobia, da impotência e da inutilidade. Do fiasco, do medíocre, da arrogância e da ignorância. Medo de não saber perdoar, de não saber ouvir, de não compreender, de não ceder, de não duvidar. Espero que assim consigas ser mais perspicaz.
O maior obstáculo é feito daquilo com que somos feitos. Condena a visão reduzida e o egocentrismo, rejeita as tuas crenças inflexíveis e afasta o sono sobre os problemas.
Temos de seguir mais além, dar a mão até àquele que nunca nos interessou. Ser sábio é saber agir em todas as circunstâncias, é saber silenciar-se aquando o instinto pressiona. Não é controlar o mundo nem o que paira em redor, é aceitar e usufruir da permanente conexão que a alma tem com o ambiente. E todos acham que a vida é o que dela quisermos fazer. Em parte, sim. Noutro sentido, embora o percurso venha muito de trás, o agora é único e não é unânime que a memória e a curiosidade nos levem até parte da vastidão do nosso registo. Pelo que, podemos dizer que o exterior reflecte o nosso interior. No entanto, não dar como garantidas as coisas das quais nem sequer temos ideia.
Descomplicando, hoje, agora, somente tu, optas por esquecer o que nem sequer te lembraste. Então pára e pensa pelo melhor, faz o melhor no melhor. Cede, ouve, respeita, aceita, e assim chegarás à entrega total ao universo que te rodeia.
Estou cheia de ideias e de sonhos, a Terra vibra com questões e emoções, sente-se o abraço natural do que nos rodeia.
Tenham medo da raiva, da fobia, da impotência e da inutilidade. Do fiasco, do medíocre, da arrogância e da ignorância. Medo de não saber perdoar, de não saber ouvir, de não compreender, de não ceder, de não duvidar. Espero que assim consigas ser mais perspicaz.
O maior obstáculo é feito daquilo com que somos feitos. Condena a visão reduzida e o egocentrismo, rejeita as tuas crenças inflexíveis e afasta o sono sobre os problemas.
Temos de seguir mais além, dar a mão até àquele que nunca nos interessou. Ser sábio é saber agir em todas as circunstâncias, é saber silenciar-se aquando o instinto pressiona. Não é controlar o mundo nem o que paira em redor, é aceitar e usufruir da permanente conexão que a alma tem com o ambiente. E todos acham que a vida é o que dela quisermos fazer. Em parte, sim. Noutro sentido, embora o percurso venha muito de trás, o agora é único e não é unânime que a memória e a curiosidade nos levem até parte da vastidão do nosso registo. Pelo que, podemos dizer que o exterior reflecte o nosso interior. No entanto, não dar como garantidas as coisas das quais nem sequer temos ideia.
Descomplicando, hoje, agora, somente tu, optas por esquecer o que nem sequer te lembraste. Então pára e pensa pelo melhor, faz o melhor no melhor. Cede, ouve, respeita, aceita, e assim chegarás à entrega total ao universo que te rodeia.
Estou cheia de ideias e de sonhos, a Terra vibra com questões e emoções, sente-se o abraço natural do que nos rodeia.
Wednesday, May 21, 2014
Agora
Onde errei?
Questiono o preço que tenho de pagar por ser como sou
enquanto aqui estiver, e não obtenho resposta. Não sei se me falta no que
pensar ou se há ausência no que confiar. Sei que já chega de barulho e de
confusão, bastam as dúvidas que tenho na mão. Passaram as expectativas,
passaram as ilusões e a vontade que antes era tão determinada. Não sei ao que
me agarrar, procuro desesperadamente respostas para o que deva fazer, de onde
deva sair, como me encontrar e saber afinal de contas quem sou e como continuar
a perseguir os meus sonhos, pois até esses desconheço o paradeiro. Abanam aos
poucos os pilares e sei que vou ficar sozinha. No meio de tanto, acaba por ser
pouco ou até relativamente quase nada.
Eu não sei se gosto de ti ou da fantasia que criei à nossa
volta, embora tenha momentos em que sei que te amo mais do que tudo no
universo, e outros em que nem sequer te amo, e não sei onde estou. Sei que
estou doente, sei que estes pensamentos não me pertencem, sei que preciso de
ajuda, sei que não quero isto porque se assim for, então o caminho não é por
cá.
Por último, volto a dormir. Como se nada fosse. Repito o
gesto de um "até amanhã" que o dia vem como novo, trazendo tudo o que
o presente que hoje nos deu acumulou do passado. É como que fingir o
"vamos lá". E vamos... Pois vamos. Finjo que durmo, finjo que
descanso. E tudo estaria bem, quem sabe, um dia mais tarde. Porque agora a
história volta a ser a mesma, num registo mais agravado que ocorre pelos meses
que por mim têm passado. Meses esses que me fizeram perder o rumo e nem me
consigo lembrar de metade, como se de um filme desinteressante se tratasse.
Pedia por desejos e estupidez, pedia por quereres e insensatez. Acho que pedir
vida teria sido mais útil e necessário. Preciso de me curar e em seguida, de me
encontrar. Ninguém merece dias como se de guerras se tratassem.
Quase estoirei com a minha mente, hoje não penso e apenas
reajo. Dei-me mal com o risco, devia tê-lo calculado. Assento os pés na Terra e
sinto que não pertenço aqui. É o que mais peço: ajudar e ser ajudada; amar e
ser amada; ser consciente e ser saudável. Que a Fortuna encaminhe os mares, e
que consiga domar os ventos para o Norte da evolução. Sei que não pode intervir
no percurso de cada um, sei que vou ter de esperar. E aguentar. E experienciar.
E levar com mais, sim. Sei disso, a guerra já vai forte mas a batalha parece de
início. O quanto me custa, o quanto já passei. Peço perdão do mais fundo, pelos
erros e pelas falhas. Um mundo novo, renascer.
Que dor de cabeça.
Saturday, May 10, 2014
Saturday, May 3, 2014
Wednesday, April 2, 2014
TRS
É como se tudo fosse transparente.
Alguma vez cair no erro de ousar pensar no fim? A vida é
vida se envolvida em vida da minha outra vida. Podemos ter tantas falhas e
errar ainda mais, podemos não encontrar o norte se nem o sul nos sorri. É
transparente sorrir por ti e pelo que me dás. É visível o bem que aos olhos
trouxeste e ousaste embalar. Tão bem que nos unimos. Tão bem que fazemos um ao
outro. Venci os meus maiores medos a teu lado e travo a teu lado a batalha mais
agressiva de sempre. E serás sempre tu, será sempre contigo.
Antes não falei errado mas actualmente falo de igual para
igual, estamos como que, um só. E isso é transparente. Tão claro quanto as
águas e tão maravilhoso quanto o Sol nascer. Não perderei minutos nem sequer
segundos a lamentar o que não fiz. Porque o posso fazer agora. Desejo-te mais
do que os meus sonhos, esses são feitos de felicidade e magia. Junto a ti. Até
o teu nome é divino. Nem a tua voz se confunde em momento algum. É pois a maior
homenagem que te faço e o maior sentimento que por ti já se fez viver. Porque
agora sim, é vida. E não temo dizê-lo nem vivê-lo. É transparente louvar os
céus enquanto canto e sorrio ao oceano. As ondas abraçam-me e cobrem-me de
amor. Estou tão viva, se não fosse o amor que temos onde estaria, perdida?
A saudade é como que uma pausa do teu físico enquanto admiro
a tua existência espiritual em mim. Fazemos festa, fazemos sorrisos, fazemos
brincadeiras. Tenho as mãos tão frias, sinto o corpo a congelar e mal me
consigo mexer. E sei que tanto quanto queres, em breve estamos juntos e
aqueces-me o que sem ti esfria. Abri os olhos para o mundo e vi que era
transparente a forma como se manifesta o amor.
Compreendi a total unidade na
vida e ultimamente tento integrar-me nela, embora outrora tivesse achado que lá
pairava. Só que quem lá chega, de lá não sai. Amo tudo aquilo que tenho. Desejo
aquilo que amo. É tão transparente amar-te, amarmo-nos. Fico descansada por
saber que juntos vemos a alma um do outro.
E… Lágrimas? Por mim, talvez. Peço perdão pelos erros, onde
falhei enquanto dormias, perdida na minha inconsciência. Embora doente, sei que
nem na fraqueza posso ceder. Porque a vida tornou-se numa certeza: amar e ser
amada enquanto me amo; ajudar e ser ajudada enquanto me ajudo. Purifico todo o
meu interior. Dou-me a ti por inteiro porque desde que te vi que tudo
automaticamente se desdobrou. Porque, uma vez mais, é tão transparente o que
havia de ser. Também não teria outra forma de o ser, a não ser como de facto,
é.
As palavras ao fundo nunca faltam, ao invés dos actos que
por vezes confundem o ser. Podia dizer que te amo, concluindo. Prefiro não o
dizer mas sim que o sintas em ti sem que o tenha de referir. Direi somente o
teu nome, perguntar-te-ei se estás bem e o resto compreenderás sempre, para
sempre. Até quereres olhar ao lado e ver o meu rosto. É transparente o meu
objectivo. É transparente a minha dificuldade para lidar com os obstáculos que
até ti se misturam, tal como as nuances da tristeza que às vezes aparece.
É
transparente que amo que sejamos, e somos. Como que a água mais pura do universo.
Wednesday, March 19, 2014
Repenso
E depois penso e repenso como é que sou capaz de sentir
apenas de forma emotiva e caótica em vez de olhar a alma e deixar que se
expanda e flutue. O mal é tanto, cega todos os caminhos e todas as
manifestações divinas. Desde amor a carinho, tudo desaparece e bloqueia,
predomina o mau estar, o vazio e a perdição. Pelo meio de nada, onde não se vêem
luzes.
É então que me apercebo que fala o ego e a personalidade
gasta de nódoas impotentes. Cansada do estofo mental e aí, respondo em emoções
destruídas, densas. Não me permitindo agir, até mesmo quando a vontade é
imensa. Assusta-me, ora porque posso vir a perder tudo num único momento.
Aquilo que planeei para uma vida. Assusta-me o álcool, o descontrolo. Tão só
perder a consciência.
Sinto-me actualmente desdobrada, em dúvidas e em sonhos,
questiono a realidade e até as mentiras. Adoraria poder ajudar os outros,
ajudar-me a mim mesma. Amava poder amar os outros, e amar-me a mim por inteiro.
É assim, e para o que viemos.
Ao expoente, desejar aquilo que amo. E o mais incrível?
Talvez não tenha a certeza que consigo. Mas tenho a certeza que ao tentar intensamente
e insistir persistentemente, mais do que certo é, que ficamos mais próximos.
Já
não faço promessas, crio elos.
Conclusões
Às vezes penso se não seria melhor desistir.
E ele dorme aqui ao lado e as palavras são estas. Acho que
nem quis saber. Nem eu. Acho que isso é um problema. Acho que me tramei na
mesma posição, acho que me enganei no caminho. Acho que nem sei como fazer para
sair disto, é como que não conseguir largar mas querer que me deixe já. E desta
vez não são bifurcações da vida, desta vez não há nada e achei mesmo que havia
tudo. Qual partida. A paz não esta comigo, e ele é demasiado passivo. Não tenho
problemas e porquê? Porque somos diferentes e aceitamos, porque tudo é tao
bonito e calmo, um entendimento contínuo.
Que sempre quis, hipoteticamente. Certo que falhei, estou
falhar exactamente agora até! Sei que sim e desta vez não é achar, é uma
certeza. E estou ao colo com a marca do além, que esteve aqui e na volta ainda
está. Quero lá saber, só quero que me deixem e que me deixes, contigo leva os
meus sentimentos. Quis tê-los só que nem sei o que fazer com eles. Nasci no
mundo errado, ou o erro é apenas meu. Sou alguém assim, sem nada ou com tudo, em
várias perspectivas falando. Embora saiba que sonhei com a perfeição, não me
encaixo nela, devo caminhar sozinha sempre?
O paradoxo que foi viver nas charadas do passado, e em
diante perder-me no paraíso porque nem o sei aproveitar. Arranjo problemas por
tudo e mexo naquilo que está bem para que fique mal, falho maioritariamente e
no exterior parece que não, parece que tudo esta óptimo. Minto a todas as pessoas
enquanto sei que me conheço, embora outrora iludir-me-ia. Avanço e perco tudo,
avanço e não quero saber. Não quero ser directa ao dizer que não me acompanhas
porque de facto és tão perfeito que não és para mim, e digo te isto enquanto
dormes. Enquanto repouso a uns metros e observo, onde estou e como estou. Gasta,
cansada, farta, preciso de estar sozinha e seria injusto pedir-te para
esperares, seria injusto até porque nem sei se voltaria ao mesmo de onde me
afastei.
Não sei se foi uma partida da vida, não sei sequer se está a
amanhecer ou se ainda é a mesma noite onde concluí que não me pertences. Nas
pequenas coisas vêem-se as maiores, não sirvo para nada pelos vistos. Falhei em
casa, falhei lá fora, falho à minha volta e falho contigo. Não sinto as mãos,
nem já os pés e ainda me cantam sobre masturbação social. Alguém me disse que é
uma forma de ganhar dinheiro. Sem dizer a filha da puta de uma única frase com
nexo. Estou perdida. Perdi o sentido em tudo, confesso-o sem orgulho mas também
sem tristeza. Uma leve indiferença que persegue, preocupa-me pois que não
abandone o barco. Já que nem eu o posso abandonar.
Se o mal fossem as insónias aguentava, mas o mal é aqui ao
lado. Ou na volta está mesmo só em mim. Apetece-me apanhar o primeiro e
desaparecer daqui. Preciso de tempo, ou quero precisar de tempo? Sinto-me tao
confusa. Então mas se tenho confusões em mim é porque não tenho certezas e
ninguém as terá por mim. Há demasiada gente que me procura e não correspondo. Quero
olhar o sol e a água, as cores e as pessoas enquanto vivem e são felizes. E eu
logo vejo, onde vou encontrar a minha felicidade ou os meus momentos felizes,
se é que algum dia consigo essa trampa toda que teimam em achar que merecemos e
pelo que devemos lutar. Pelo que compreendi tenho o melhor do mundo ao meu lado
e até daí me afasto, ate daí mantenho distância e desprezo, desleixo-me com a
felicidade?
Tenho conceitos trocados, isso sim. A puta do problema será
mesmo meu? Talvez, pelo que sei. É que tão depressa tenho a sensação de uma
como de duas certezas: a negativa e a positiva. Só estaria certa, se uma delas
fosse certamente errada. Insisto porquanto o que não compreendo. Ora, que conclusão.
Thursday, February 20, 2014
12LET
Não me chegava o facto de ser ou ter.
Tive de partir, virar costas não digo.
Acho que não abandonei ninguém, abandonei um sonho já há
muito perdido. Tomei outro rumo, há quem diga que esqueci até o seu nome. Ainda
sei tocar a mesma canção, porém talvez numa perspectiva realista, perdi-me pelo
caminho. Hoje queria sentimentos e tenho-os aqui ao deitar. Se é que me prometeram
mais, chega portanto. E então visto-me com calma e sem pressas, basta-me
demorar porque ainda me lembro de tudo. Parece que foi ontem, ou que foi sempre
assim. Arrependimentos ou remorsos são tão só, inúteis ao virar das esquinas. A
noite é sempre mais escura que o dia e o tempo não volta atrás. Tento esquecer,
embora haja tanto que não se esquece. Marcas que teimam em ficar, mais para
insistir e remoer. Faço o melhor que posso e depois... E depois aí tenho a
resposta da vida.
Espera, assim como eu, que tenhas tudo o que mereces. Espero
pois que com isso prossigas pelo melhor, tal como tento a todas as horas e a
todos os minutos. Ter consciência e seguir por aí, em diante. Faz-me confusão o
sentir, atrapalham-me as emoções. Chateia-me esperar, e o tal problema com
esperas está pior. É grave fumar sem ver fumo, não viemos para ficar juntos. A
escrita matou-me aos poucos e tu nunca foste de letras, sequer. Não fomos
feitos um para o outro, envolvo-me com a tristeza enquanto sorris. Perdi tudo,
até a esperança que não encontrava.
Por fim, peço pelo que falta. Só queria paz no espírito, na
mente. Queria pois, que me embalasses as noites e nem para isso estás aqui. Não
perdi mais tempo contigo, soubeste sempre que seria assim. Gostava de ver
sorrisos, gostava de estar mais leve e liberta. No fundo nem me conheces, já
nem agora será. É Primavera, cela a entrada porque já é tarde. Continuo com as
mãos no mesmo lugar, onde me disseste amar sempre e afinal havia fim.
Findou-se pela centésima vez o que não começou. Enfim,
seguir por aí pode ter sido um erro. Pensei que fôssemos diferentes. Do resto,
até ouvir o que encarar. Voltar? Dava tudo para nunca nos termos conhecido. E
nem tu, voltavas. Ainda assim talvez em vão, escrevo-te.
Monday, January 27, 2014
«»
Não existiram promessas nem tão pouco exigências.
Sei, ainda, que os factos foram demasiados, o que me
permitiu criar expectativas.
Outrora pensaria de outra perspectiva. Hoje sei que querer
testar a mente não se trata de vontade.
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